- Valor Econômico
SÃO PAULO - Em entrevista que foi ao ar na noite desta quinta-feira na “TV Brasil”, a presidente afastada Dilma Rousseff afirmou que a “escandalização” das investigações da Lava-Jato como arma política foi fator fundamental para que o processo de impeachment ganhasse impulso.
“Setores importantes da mídia fizeram uso seletivo de vazamentos da Lava-Jato e isso é difícil de combater”, disse a presidente afastada ao jornalista Luis Nassif, que conduziu a entrevista tratando o afastamento de Dilma como “golpe” e criticando abertamente o governo interino de Michel Temer.
Ela ainda deu a entender que os chamados vazamentos partiram da própria Operação Lava-Jato: “vazamento só pode ocorrer de onde se faz a investigação”, afirmou ela.
Nassif perguntou a Dilma se seria possível buscar uma solução política para não deixar o processo ganhar força, mas a presidente afastada afirmou que “não dá para compor com certos tipos de postura”, sem dar detalhes do que seriam.
Dilma voltou a culpar o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, pelo avanço do impeachment. Para ela, Cunha “levou o centro para a direita” com sua liderança na Câmara, o que fez a balança pender contra ela.
Ela afirmou também que “o Senado é mais qualitativo”.
A entrevista com Dilma deveria ter ido ao ar no domingo passado, mas o impasse no comando da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) fez com que fosse adiada.
Nassif teve se contrato com a EBC rompido em maio pelo novo presidente, escolhido por Temer, Laerte Rímoli. O STF (Supremo Tribunal Federal), porém obrigou o governo a reconduzir Ricardo Melo ao posto de presidente da EBC. Melo então desfez atos de Rímoli e a entrevista finalmente foi ao ar.
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