sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Emprego cresce pelo sexto mês seguido

Foram criados 34.392 postos de trabalho em setembro, mas, no ano, saldo ainda é negativo; indústria foi destaque ao gerar 25.684 vagas

Lu Aiko Otta e Idiana Tomazelli | O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – A criação de empregos formais no Brasil cresceu em setembro pelo sexto mês consecutivo, dado comemorado pelo Ministério do Trabalho como sinal de consolidação da trajetória de recuperação. Foram abertos 34.392 novos postos com carteira assinada no mês passado, e o crescimento no número de vagas já chega a 208,8 mil no ano.

Em outubro e novembro, a expectativa do governo é que a geração de vagas seja ainda mais expressiva. O coordenador-geral de Estatísticas do Trabalho, Mario Magalhães, disse que “há boas chances de ocorrer” um saldo positivo neste ano – o que seria o primeiro desde 2014. Magalhães substituiu o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que esteve no Palácio do Planalto nesta quinta-feira, 19, para conversar com o presidente sobre a portaria sobre o trabalho escravo.

Em setembro, a indústria puxou o desempenho positivo do emprego, com abertura de 25.684 postos de trabalho. “Não é algo conjuntural puxando os resultados, mas um movimento generalizado”, disse Magalhães. Dez dos 12 setores da indústria de transformação geraram vagas formais de emprego em setembro. Além disso, a atividade puxou o desempenho positivo do mercado em 18 unidades da Federação.

Esse desempenho fortalece a tendência de recuperação do mercado de trabalho. O coordenador ponderou que ainda não dá para dizer, no entanto, que houve uma “volta à normalidade” no emprego. Ele ainda disse que tradicionalmente os resultados de dezembro são negativos, por isso ainda é preciso ver como será o comportamento do mercado de trabalho de fato nos próximos meses.

Negativo. Em 12 meses, o saldo do emprego ainda é negativo em 466.654 postos. É, porém, um saldo bem melhor do que os 1,576 milhão registrados nos 12 meses terminados em setembro de 2016. Nesse critério, ele vê uma curva claramente ascendente. Todos esses dados permitem dizer que o ambiente para o mercado de trabalho está melhor em 2017 do que no ano passado.

O pior desempenho do emprego em 40 anos mostrado pela Relação Anual de Informações Sociais (Rais), também divulgado nesta quinta-feira, não tende a se manter. “Com certeza, há uma melhora”, afirmou.

“Saímos de uma recessão muito forte e a atividade econômica está reagindo de forma lenta e gradual”, avaliou o economista da Tendências Consultoria Thiago Xavier. “A geração de postos em setembro, apesar de abaixo das expectativas, não afeta a perspectiva de melhora lenta do emprego, principalmente em 2017.”

Além da indústria, o comércio contribuiu para o saldo positivo com 15.040 postos de trabalho. Segundo Magalhães, é um movimento sazonal associado às festas do fim de ano. No setor de serviços, com saldo positivo de 3.743 postos, o destaque foram as contratações por estabelecimentos de ensino.

No corte por Estados, o destaque negativo foi o Rio de Janeiro, com redução de 4.769 postos de trabalho. / Colaborou Caio Rinaldi

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