Raphael Di Cunto | Valor Econômico
BRASÍLIA - Em reformulação de seu programa e possivelmente até de nome, o DEM busca se posicionar no centro do espectro político na propaganda partidária transmitida ontem na TV, criticando posturas radicais. O partido, que não cita o governo Temer em nenhum segundo dos 10 minutos da propaganda, defende o fim da polarização, "com novos espaços de diálogo", para tirar o Brasil da crise.
Com índice recorde de reprovação e às vésperas de enfrentar a votação de uma segunda denúncia criminal na Câmara, Temer passa longe da propaganda, assim como menções ao governo. A pretensão de candidatura presidencial não está presente, nem as mudanças no partido, que deve trocar de nome de novo, dez anos após a última reformulação.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), sustenta que é preciso "diálogo e muito trabalho". "Ninguém aguenta mais essa polarização. É hora de dar um basta nos radicalismos", diz. A legenda, que viveu nos últimos anos como satélite do PSDB, tenta se consolidar como alternativa de poder diante da divisão dos tucanos e do recente fortalecimento, com a conquista da presidência da Câmara dos Deputados com Rodrigo Maia (RJ).
Maia é um dos destaques do programa. Segundo a falar, diz que o Congresso vivia um de seus piores momentos quando assumiu, "construindo com adversários" sua candidatura. Destaca três questões aprovadas pela Câmara em mais de um ano de sua gestão: o teto de gastos, a reforma trabalhista e "ajuda aos estados e municípios em crise". "As mudanças na economia já estão dando resultados", defendeu.
O programa dá destaque especial para à gestão do ministro da Educação, Mendonça Filho, que fala da reforma do ensino médio, e do prefeito de Salvador, ACM Neto, pré-candidato ao governo da Bahia e à frente da maior cidade administrada pelo partido. As duas falas passam pela atenção aos mais carentes, com Neto mostrando uma favela que está sendo revitalizada na cidade.
O partido, contudo, não deixa de fazer críticas ao PT, dizendo que é "hora de deixar para trás o populismo" dos governos petistas que teriam quebrado o Brasil. Muitas das cenas se passam dentro do Congresso Nacional, mesmo com o desgaste dos políticos e instituições, e participaram quatro parlamentares, mas só uma mulher, a deputada federal Dorinha Rezende (TO).
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