Por Ricardo Mendonça | Valor Econômico
SÃO PAULO - O senador Alvaro Dias (PR), pré-candidato a presidente da República pelo Podemos, disse ontem que não vê benefício imediato para o país no projeto de privatização da Eletrobras, como quer o governo Michel Temer. Num encontro com jornalistas em São Paulo promovido pela Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), o político disse que vê a empresa como estratégica e defendeu a necessidade de uma discussão sobre o que chamou de "uso múltiplo das águas", lembrando que também é preciso levar em consideração os interesses de abastecimento da população e da agricultura.
Dias foi questionado sobre o caso específico da Copel, empresa de energia do Paraná, seu Estado, que já configurou como privatizável pelo governo local em gestões passadas. O pré-candidato disse que também é contra. Afirmou que a Copel é uma empresa rentável e bem gerida, que não precisa ser vendida.
No evento, Dias afirmou genericamente que é a favor das privatizações. Mas disse que também é contra a venda da Petrobras. Disse que se trata de uma empresa também estratégica e que pode gerar muita receita para o caixa do governo. Ele não mencionou uma empresa estatal que poderia ser vendida em um eventual governo sob seu comando.
O senador, cujo mandato no Senado vai até 2022, voltou a dizer que não há hipótese de desistir de sua candidatura presidencial neste ano para ser vice na chapa de algum outro pré-candidato. Ele disse que irá levar seu projeto até o fim porque está engajado na "missão de combater o sistema [político]". Em diversas ocasiões, repetiu que seu projeto é "refundar a República".
Conforme o cenário pesquisado, Alvaro Dias chega próximo de 20% das intenções de voto em seu Estado, o Paraná. Também vai bem no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Mas tem desempenho pífio no resto do país. Sua postulação tem sido interpretada por analistas como um entrave para o crescimento do tucano Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, melhor que ele em âmbito nacional. A partir daí, surgiram as especulações sobre a hipótese de uma aliança para formação da chapa Alckmin-Dias.
Dias afirmou que ele e representantes de seu partido têm mantido conversas constantes com outras siglas. Citou o PRB e o DEM, mas não deu detalhes.
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