DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Para Moisés e Fornazieri, mudanças só virão se sociedade pressionar futuro presidente
Moacir Assunção
Os cientistas políticos estão descrentes da possibilidade de o futuro presidente da República, seja quem for, colocar a reforma política como prioridade. O assunto foi tema do debate promovido ontem pela TV Estadão.
Para o professor de Ciência Política da USP José Álvaro Moisés e o diretor acadêmico da Fundação de Escola e Sociologia, Aldo Fornazieri, a reforma só ocorrerá se a sociedade pressionar os próximos dirigentes do Executivo.
"A reforma política é uma prioridade desde sempre, no entanto, não houve até hoje um presidente que a levasse adiante. Acho que ela sairá a conta-gotas porque não há consenso sobre qual será, enfim, a reforma política", disse Fornazieri. Moisés disse concordar com ele nesse sentido. "Há enormes resistências à reforma."
Na opinião de Moisés, a pressão popular permitiria fazer avançar uma proposta concreta de reforma. "Poderíamos sair desse beco sem saída, em que todo mundo diz ser a favor das mudanças, mas elas nunca acontecem." Fornazieri considera que já se tem produzido, nos últimos anos, um avanço na participação popular na política. "O Ficha Limpa, que é um projeto de iniciativa popular, e a Lei 9.840, que pune a compra de votos, são exemplos de uma participação mais ativa da sociedade", afirmou.
Os dois cientistas políticos divergem, entretanto, na formulação de uma reforma. Moisés é favorável ao financiamento público das campanhas, com participação privada somente até certo ponto. "Quando uma empresa doa recursos muito altos a um candidato tem a expectativa de obter retorno."
Fornazieri teme que o financiamento público traga efeitos colaterais indesejáveis. "Meu temor é que os partidos sejam praticamente estatizados."
Ambos defenderam menor preponderância do Executivo sobre o Legislativo. Fornazieri se disse favorável à votação em lista fechada e ao voto distrital misto. Moisés também defendeu o voto distrital. "Tornará os partidos mais fortes", disse.
Para Moisés e Fornazieri, mudanças só virão se sociedade pressionar futuro presidente
Moacir Assunção
Os cientistas políticos estão descrentes da possibilidade de o futuro presidente da República, seja quem for, colocar a reforma política como prioridade. O assunto foi tema do debate promovido ontem pela TV Estadão.
Para o professor de Ciência Política da USP José Álvaro Moisés e o diretor acadêmico da Fundação de Escola e Sociologia, Aldo Fornazieri, a reforma só ocorrerá se a sociedade pressionar os próximos dirigentes do Executivo.
"A reforma política é uma prioridade desde sempre, no entanto, não houve até hoje um presidente que a levasse adiante. Acho que ela sairá a conta-gotas porque não há consenso sobre qual será, enfim, a reforma política", disse Fornazieri. Moisés disse concordar com ele nesse sentido. "Há enormes resistências à reforma."
Na opinião de Moisés, a pressão popular permitiria fazer avançar uma proposta concreta de reforma. "Poderíamos sair desse beco sem saída, em que todo mundo diz ser a favor das mudanças, mas elas nunca acontecem." Fornazieri considera que já se tem produzido, nos últimos anos, um avanço na participação popular na política. "O Ficha Limpa, que é um projeto de iniciativa popular, e a Lei 9.840, que pune a compra de votos, são exemplos de uma participação mais ativa da sociedade", afirmou.
Os dois cientistas políticos divergem, entretanto, na formulação de uma reforma. Moisés é favorável ao financiamento público das campanhas, com participação privada somente até certo ponto. "Quando uma empresa doa recursos muito altos a um candidato tem a expectativa de obter retorno."
Fornazieri teme que o financiamento público traga efeitos colaterais indesejáveis. "Meu temor é que os partidos sejam praticamente estatizados."
Ambos defenderam menor preponderância do Executivo sobre o Legislativo. Fornazieri se disse favorável à votação em lista fechada e ao voto distrital misto. Moisés também defendeu o voto distrital. "Tornará os partidos mais fortes", disse.
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