O registro é do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, em seu último relatório de acompanhamento da atividade econômica: “A expansão continuou em ritmo moderado em vários distritos nos meses de janeiro e fevereiro, com a indústria de manufaturas e o comércio varejista repassando as pressões de custos para os preços ao consumidor.”
Aqui no Brasil, com a inflação em torno dos 6% anuais, o problema não é apenas de um nível bem acima da meta de 4,5% ao ano, mas também que a disseminação dos reajustes de preços continua a se alastrar por toda a economia, atingindo número cada vez maior de produtos e serviços.
Na China, os preços de alimentação subiram 10,3% nos últimos doze meses, enquanto os custos de habitação aumentaram 6,8% no mesmo período. Os índices de preços no atacado subiram 8,23% na Índia, 7% na Indonésia, 6,1% na União Europeia e atingiram os dois dígitos na Inglaterra.
As pressões de custos estão em toda parte. A crise da Líbia apenas colocou em destaque a explosão do preço do petróleo. Mas com os combustíveis sobem também os custos de transportes. E, junto com os custos das matérias-primas industriais e dos grãos, que já estavam em alta, sobem agora os preços da carne, das frutas, dos vegetais e dos laticínios, críticos para as futuras negociações de reajustes de salário em todo o mundo.
Os repasses das pressões de custos ao longo da cadeia produtiva e as expectativas adversas de inflação ascendente são o mais novo e importante desafio da economia global.
“O efeito mais provável do recente salto nos preços das commodities é um aumento temporário e modesto no ritmo de elevação de preços ao consumidor. Mas uma alta ininterrupta nos custos de insumos básicos ameaçaria a estabilidade de preços e o crescimento”, opinou o presidente do Fed, Ben Bernanke, em depoimento ao Senado.
Pois bem, alguém precisa avisar a Bernanke que essa temida alta contínua e generalizada de custos já está ocorrendo globalmente. Não há como escapar ao “cost-push?”: já estamos condenados a mais inflação e menos crescimento. Se os bancos centrais mantêm a política de juros baixos para atenuar o desemprego, estimulam os repasses de preços e agravam o processo inflacionário. Se, ao contrário, tentam comprimir os repasses de custos subindo os juros para moderar seu impacto inflacionário, derrubam o crescimento e agravam o problema do desemprego. É hora de pagar a conta da farra global.
FONTE: O GLOBO
Aqui no Brasil, com a inflação em torno dos 6% anuais, o problema não é apenas de um nível bem acima da meta de 4,5% ao ano, mas também que a disseminação dos reajustes de preços continua a se alastrar por toda a economia, atingindo número cada vez maior de produtos e serviços.
Na China, os preços de alimentação subiram 10,3% nos últimos doze meses, enquanto os custos de habitação aumentaram 6,8% no mesmo período. Os índices de preços no atacado subiram 8,23% na Índia, 7% na Indonésia, 6,1% na União Europeia e atingiram os dois dígitos na Inglaterra.
As pressões de custos estão em toda parte. A crise da Líbia apenas colocou em destaque a explosão do preço do petróleo. Mas com os combustíveis sobem também os custos de transportes. E, junto com os custos das matérias-primas industriais e dos grãos, que já estavam em alta, sobem agora os preços da carne, das frutas, dos vegetais e dos laticínios, críticos para as futuras negociações de reajustes de salário em todo o mundo.
Os repasses das pressões de custos ao longo da cadeia produtiva e as expectativas adversas de inflação ascendente são o mais novo e importante desafio da economia global.
“O efeito mais provável do recente salto nos preços das commodities é um aumento temporário e modesto no ritmo de elevação de preços ao consumidor. Mas uma alta ininterrupta nos custos de insumos básicos ameaçaria a estabilidade de preços e o crescimento”, opinou o presidente do Fed, Ben Bernanke, em depoimento ao Senado.
Pois bem, alguém precisa avisar a Bernanke que essa temida alta contínua e generalizada de custos já está ocorrendo globalmente. Não há como escapar ao “cost-push?”: já estamos condenados a mais inflação e menos crescimento. Se os bancos centrais mantêm a política de juros baixos para atenuar o desemprego, estimulam os repasses de preços e agravam o processo inflacionário. Se, ao contrário, tentam comprimir os repasses de custos subindo os juros para moderar seu impacto inflacionário, derrubam o crescimento e agravam o problema do desemprego. É hora de pagar a conta da farra global.
FONTE: O GLOBO
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