terça-feira, 15 de novembro de 2011

Brasileiros vão às ruas pelo fim da impunidade

Em pelo menos 33 cidades do país, internautas protestam hoje contra a corrupção; no Rio, há três eventos marcados

Bruno Góes e Juliana Castro

O feriado da proclamação da República, comemorado hoje, virou pretexto para milhares de brasileiros saírem às ruas em protesto contra a corrupção. No Rio - às 10h, em Manguinhos, e às 15h, na Cinelândia e em Copacabana - e em pelo menos mais 32 cidades do país, internautas vão pedir o fim da impunidade e apoiar iniciativas como a Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de políticos condenados ou que renunciaram ao cargo para evitar a cassação.

No Centro do Rio, o movimento "Todos Juntos Contra a Corrupção" vai montar um varal com notícias de denúncias.

- A ideia é colocar o máximo de notícias sobre corrupção desde que começou essa onda de denúncias. Comprei uma corda de 300 metros e espero que as pessoas possam colocar lá o que a gente vê todo dia - diz Cristine Maza, uma das organizadoras do protesto.

A ONG "Rio de Paz", responsável pelas vassouras que ficaram famosas desde o protesto na Praia de Copacabana, em setembro, vai levar adereços: desentupidores de vaso, vassouras e dois sanitários, com uma torre no meio, simbolizando o Congresso. Criticados por não terem pauta comum, os manifestantes começam a organizá-la pelo Facebook: além da Ficha Limpa, devem levantar a bandeira do voto aberto no Congresso e da aprovação do projeto que torna corrupção crime hediondo.

Em São Paulo, estudantes vão acampar em frente ao Museu de Arte de São Paulo e fazer um ato também simbólico: escrever uma palavra -- ainda não revelada - com cinco mil velas acessas. A partir das 14h, o grupo vai crescer com a chegada de outras pessoas convocadas pelas redes sociais para a passeata.

A capital paulista vai ainda sediar um congresso no dia 9 dezembro - Dia Internacional de Combate à Corrupção -, organizado pelos mesmos movimentos que divulgam a passeata anticorrupção no estado. Eles já fizeram convites a intelectuais, juristas e auditores de contas públicas.

- Teremos palestras, e essas pessoas vão falar quais iniciativas são boas e ruins, o que é ou não constitucional. A intenção é sair com uma proposta para entrar em petição pública e recolher assinaturas, nos moldes do que aconteceu com o Ficha Limpa - diz Carla Zambelli, uma das organizadoras da marcha.

FONTE: O GLOBO

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