Com tantas belezas e peculiaridades, o Rio sempre abriga vários governadores simultaneamente. Agora mesmo, Sérgio Cabral (PMDB), de fato e de direito, Aécio Neves (PSDB), ex de Minas, e Eduardo Campos (PSB), oficialmente de Pernambuco. Confira o CEP.
A estrela que sobe, porém, é a do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, 54, gaúcho de Santa Maria, expert em inteligência policial e cérebro da guinada histórica que ocorre no Estado, principalmente na cidade maravilhosa.
Beltrame tem muitas coincidências com Rudolph Giuliani, o prefeito da "Tolerância Zero" em Nova York, que encarna bem o "Yes, we can" da campanha posterior de Barack Obama à Presidência.
Beltrame e Giuliani são de famílias italianas e formados em administração. Um, o nosso, é delegado da PF. O outro, o deles, é procurador. Ambos acreditam que o impossível é possível e levam ao pé da letra as funções de homens públicos.
Foi pela ousadia e estratégia de Beltrame que o Estado recuperou o Complexo do Alemão e a Rocinha (esta sem um só tiro) e devolveu a cidadania a seus moradores. E ele tenta inaugurar uma nova era com os policiais que recusaram propinas fabulosas e puseram o traficante Nem na cadeia. Parece pouco? Pois, no Rio, a "bola" é a regra, não a exceção.
Surge, assim, um nome novo no cenário político. Só não custa lembrar que Giuliani conquistou o reconhecimento público, capas de revista e prêmios internacionais, mas jamais se elegeu mais do que prefeito. Tentou em 2000, de novo em 2008 e não emplacou. Fala em insistir em 2012, mas praticamente sem chance.
Uma pena. Se Beltrame e Giuliani enfrentam a criminalidade e a corrupção com tanta firmeza e sucesso, por que não assumir responsabilidades mais globais como governadores, quem sabe até presidentes? Faltam-lhes carisma e apoio partidário?
Mistérios da política.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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