Um dos objetivos da nova ofensiva dos europeus é se antecipar à possível eleição de um socialista à presidência da França
PARIS, GENEBRA - Além de enfrentar a recessão ou o crescimento lento em economias, como Espanha e Itália, e retirar Grécia e Portugal da depressão, um dos objetivos da recente ofensiva dos europeus é se antecipar à provável eleição do socialista François Hollande à presidência da França.
O candidato tem como bandeira a inversão de prioridades, colocando o estímulo ao crescimento à frente da austeridade - ainda que se comprometa a chegar ao equilíbrio fiscal em 2017. Ele promete que só ratificará o Pacto de Estabilidade aprovado por 25 dos 27 países da UE se ele for renegociado, incluindo o estímulo ao crescimento.
Ontem, em comício em Paris, o socialista comemorou a recente virada no discurso europeu. "Nunca uma eleição decidiu ao mesmo tempo o futuro da França e da Europa. O resultado é esperado por outros países europeus, que observam as eleições na França", disse ele à multidão, antes de lançar um recado a Bruxelas: "Vejo governantes europeus se adaptando em função da realidade. Tanto melhor".
O projeto só teria vingado depois que José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, e Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, convenceram a chanceler alemã, Angela Merkel, de que o pacote de crescimento não significaria carta branca para que governos voltassem a gastar. Além disso, a injeção de recursos apenas seria usada para atrair o capital privado para os projetos, que se concentrariam nas áreas de infraestrutura e de tecnologia.
Outro que teria atuado nos bastidores seria Mario Monti, primeiro-ministro italiano. Barroso e Monti já haviam assinado uma espécie de declaração defendendo o projeto de investimentos para estimular o crescimento. A diplomacia italiana ainda deu garantias aos alemães de que sua meta fiscal não seria comprometida pelo projeto.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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