• Eduardo Campos vê necessidade de marcar posição depois de declarações de presidenciável tucano
Sérgio Roxo – O Globo
SÃO PAULO - Como uma forma de marcar posição em relação ao tucano Aécio Neves, o presidenciável do PSB, Eduardo Campos, estuda romper o acordo para apoiar o candidato do PSDB ao governo de Minas, Pimenta da Veiga. Uma chapa própria na disputa mineira também faria parte da estratégia de compensar o cada vez mais provável apoio do partido à reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo.
A ideia de lançar um candidato do PSB no segundo maior colégio eleitoral do país ganhou força na última semana depois das declarações de Aécio de que ele e Campos estão “na mesma trincheira”. O ex-governador de Pernambuco entende que, a partir de agora, passa a haver a necessidade de deixar claro para o eleitor que não é próximo do tucano, encerrando a troca de gentilezas que tem marcado os contatos entre eles.
Os dois presidenciáveis haviam selado um pacto de não agressão em seus territórios, pelo qual o PSDB apoiaria Paulo Câmara, ex-secretário do governo Campos, em Pernambuco, e o PSB, Pimenta da Veiga, escolhido por Aécio, em Minas.
Os aliados do ex-governador de Pernambuco têm evitado tratar do tema publicamente antes de o martelo ser batido.
- Temos que levar em conta o que é melhor para a candidatura de Eduardo e Marina (Silva) - se limitou a dizer o deputado federal Júlio Delgado, presidente do PSB em Minas.
O próprio Delgado é cotado para ser o cabeça da chapa. Além de marcar diferença com Aécio, a candidatura em Minas também poderia agradar a vice do PSB na disputa nacional, Marina Silva. Os aliados da ex-senadora defendiam chapas próprias nos principais estados, mas acabaram aceitando o apoio aos tucanos em Minas com a condição de que houvesse um nome do PSB na disputa em São Paulo.
Mas a possibilidade de ter um nome na eleição paulista praticamente foi sepultada na sexta-feira, quando foi divulgado que prefeitos e candidatos a deputado do PSB no estado estão colhendo assinaturas para um manifesto que pleiteia o apoio a Alckmin e será entregue a Campos. O documento já teria mais de 300 assinaturas.
A inviabilidade de uma chapa própria se deu depois que os integrantes da Rede, o partido que Marina tentou fundar no ano passado, vetaram o nome indicado pelo PSB para encabeçar a chapa: o do deputado federal e presidente da legenda no estado, Márcio França. No processo de escolha, também houve ofensas públicas a França por parte de um dos integrantes da Rede que se apresentava como pré-candidato governador, o que desgastou a relação entre os aliados de Marina e Campos.
No manifesto, os integrantes pedem que a Rede seja liberada para apoiar outro candidato ao governo paulista, como o filósofo Vladimir Safatle, do PSOL.
Um dos pontos que está sendo levado em consideração por Campos antes do anúncio do rompimento em Minas é que, caso haja um candidato do PSB no estado, provavelmente o PSDB irá reagir e lançar uma chapa em Pernambuco.
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