- Folha de S. Paulo
O Datafolha confirma que o pronunciamento na TV, o pré-lançamento pelo PT e o excesso de exposição em solenidades, jantares, no twitter e no Itaquerão conseguiram estancar a queda de Dilma. Mas a coisa não está boa.
Aécio bateu cedo nos 20%, a cinco meses das eleições, e o segundo turno já é praticamente uma realidade no cenário mais real, com os nanicos. Apesar das previsões de Marina Silva, o resultado do segundo turno a Deus pertence. A diferença entre Dilma e Aécio caiu de 27 para 11 pontos. E, entre Dilma e Campos, de 32 para 17.
Dilma, porém, tem mais do que só exposição. Tem estratégia, um cronograma a favor, programa de TV em maio e passa a contar com uma reversão gradual do mau humor com a economia. Caiu a expectativa de inflação, pela primeira vez desde 2012. Muda o humor na economia, mudam os ventos na política.
Tudo indica que Dilma não só estancou a queda na popularidade e nas intenções de voto como deve começar a recuperar parte do capital perdido. A questão é quanto.
Ela não começou a cair só com os protestos de junho de 2013. Todo mundo esquece, mas já tinha perdido oito pontos entre março e o início de junho. Há, aliás, uma simbiose entre a queda da popularidade da presidente e a ida das pessoas às ruas.
O seu pico de popularidade foi de 65%, em março de 2013. O fundo do poço foi com 30%, três meses depois. E agora? Está com 35%. Dos 35 pontos perdidos, só recuperou cinco.
Quanto à oposição: está na fase do cresça e apareça. Aécio, mais conhecido e com um partido mais estruturado e mais identificado como oposição, leva vantagem em relação a Campos. Vem subindo e vai criando a sensação de que tem mais fôlego para chegar ao segundo turno.
Eis o risco: ele passar a apanhar não só de Dilma e do PT, mas de Campos e de Marina --neste caso, sem poder revidar. Ele precisa duplamente de Campos e Marina: para chegar ao segundo turno e para disputá-lo.
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