• Ultrapassado por Marina, tucano afirma que leitura principal das pesquisas é a saída do PT do poder
Alexandre Rodrigues – O Globo
O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, disse ontem que a principal interpretação das pesquisas de intenção de voto é a de que a presidente Dilma Rousseff (PT) já perdeu a reeleição e o PT deixará o poder. Para o senador, a eleição deste ano será decidida entre a candidatura dele e a de Marina Silva (PSB), que o ultrapassou nas sondagens e empatou com Dilma em primeiro lugar, de acordo com pesquisa do Datafolha divulgada na semana passada. Sobre a sua posição em terceiro lugar, ele afirmou que ainda há tempo para sua campanha levar as propostas aos eleitores para que eles possam comparar os dois projetos políticos alternativos ao PT antes de fazer a escolha definitiva nas urnas.
- O atual governo fracassou. Essa é a questão central. E não vencerá as eleições o grupo que hoje está no poder. Das duas alternativas competitivas que aí estão, nós apresentamos uma, coerente com o nosso passado e com o que queremos fazer pelo Brasil. A população vai ter oportunidade de avaliar essas propostas, até porque não há nada de mais velho na política do que o discurso adaptado às circunstâncias do momento - afirmou Aécio, que voltou a apontar inconsistências e contradições no discurso de Marina.
Semelhança de programas
O tucano negou que tenha classificado o crescimento de Marina nas pesquisas como "uma onda", embora tenha usado a expressão sem citá-la diretamente há uma semana, em visita ao comércio popular da Saara, no Rio. Na ocasião, ele disse que política e eleições muitas vezes funcionam como o mar, "as ondas vêm". Agora, o tucano reconhece a candidata do PSB como "competitiva", mas se disse "animado" para levar sua campanha até o fim, cobrando mais clareza de Marina.
- Nunca disse que era uma onda. Respeito a posição de Marina, uma candidata competitiva. Ela agora terá a oportunidade de dizer ao Brasil no que acredita de verdade - disse Aécio, pouco antes de entrar em campo para um jogo de futebol com ex-atletas e artistas que o apoiam no complexo esportivo do ex-jogador Zico, na zona oeste do Rio. - Vamos até o último dia, defendendo o que acreditamos ser melhor para o Brasil. O atual modelo fracassou por improviso, por inexperiência. Não queremos que o Brasil fracasse novamente.
Aécio repetiu que viu muitas semelhanças entre o programa de governo apresentado por Marina na última sexta-feira e as ideias que ele e seu partido defendem, embora tenha sido cobrado pelo vice na chapa de Marina, Beto Albuquerque (PSB), por ainda não ter lançado o seu. O tucano não quis dar uma data, disse apenas que já apresentou as diretrizes e que seu plano será divulgado "nos próximos dias". Sobre as críticas que tem feito a Marina, Aécio afirmou que não o afastam de um apoio dela se chegar ao segundo turno.
- Ao contrário, eu tenho sempre ressaltado que respeito todas as candidatas, especialmente Marina. Cobro que cada candidato diga com clareza o que pretende fazer adiante - amenizou. - Boas intenções todas as candidaturas trazem, mas o Brasil precisa de mais do que isso.
Aécio classificou a estagnação econômica do governo Dilma de "grave crise". E disse que tem condições de escalar "os melhores" para comandar a economia, não o "segundo ou terceiro time":
- Não existe emprego, sobretudo de boa qualidade, quando não existe crescimento. As próprias negociações salariais serão feitas em prejuízo do trabalhador. O Brasil precisa rapidamente encerrar esse ciclo de governo que fracassou para iniciar um outro, de retomada do crescimento a partir da credibilidade daqueles que vão assumir o o governo.
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