• Parte do governo era contra indicação de Edinho Silva
O Globo
Com a nomeação do tesoureiro de sua campanha à reeleição, Edinho Silva, para ministro da Secretaria de Comunicação Social, a presidente Dilma Rousseff atende ao apelo da corrente majoritária do PT, a Construindo um Novo Brasil (CNB), liderada pelo expresidente Lula e pelo presidente do partido, Rui Falcão. A indicação vinha sendo negociada desde dezembro entre Dilma e integrantes da CNB que se sentiam à margem das decisões do núcleo político do governo.
Agora, o Palácio do Planalto tem dois ministros da corrente Democracia Socialista (DS) — Miguel Rossetto ( Secretaria Geral) e Pepe Vargas (Relações Institucionais) — e dois da CNB — Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho.
Edinho substitui Thomas Traumann, que pediu demissão depois do vazamento de um documento interno da Secom que classifica a comunicação do governo como "errática e errada" e diz que há um "caos político" instalado. A aproximação entre Dilma Rousseff e Edinho se deu na eleição do ano passado. Deputado estadual eleito em 2010, Edinho desistiu de concorrer à reeleição para cuidar das finanças da campanha da presidente. Arrecadou mais de R$ 318 milhões, inclusive de empresas ligadas ao escândalo da Petrobras.
Parte do governo era contrária à indicação de Edinho. O argumento é que a presidente leva para dentro do Planalto uma potencial nova crise, já que as contas da campanha de Dilma foram aprovadas com ressalvas pela Justiça Eleitoral, por problemas na comprovação de despesas e doações.
Aos 49 anos, já foi vereador, prefeito de Araraquara, deputado e presidente do PT em São Paulo. É muito próximo de Lula e frequentador habitual do instituto do ex-presidente.
Sociólogo de formação, Edinho gosta de escrever textos e, há duas semanas, em carta aos petistas, causou polêmica ao admitir que o PT e o governo cometem "erros no campo político", e que o governo nunca esteve tão paralisado. A carta, no entanto, conclamava a militância a reagir ao que ele chamou de "ofensiva conservadora".
Com status de ministério, a Secom tem verba anual de R$ 230 milhões. O governo pensou em remanejá-las no ano passado para o Ministério das Comunicações, mas a ideia perdeu força porque as verbas publicitárias são consideradas vitais para o funcionamento da pasta.
Com a reeleição de Dilma, Edinho trabalhou para ser indicado ministro do Esporte. Mas a presidente optou por George Hilton (PRB). No mês passado, Dilma ofereceu a Edinho o comando da Autoridade Pública Olímpica ( APO). Ele aceitou, mas voltou atrás por temer reuma cepção ruim na sabatina à qual teria de se submeter no Senado. (Colaborou Tatiana Farah)
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