segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Ministro diz que campanha foi dentro da lei

• Oposição estuda até mesmo pedir suspensão do impeachment de Dilma

- O Globo

-BRASÍLIA- Em nota, o ministro José Serra informou que a sua campanha foi conduzida na forma da lei e que as finanças eram de responsabilidade do partido. Serra afirma ainda que ninguém foi autorizado a falar em seu nome: “Considero absurda a acusação sobre o trecho sul do Rodoanel, até porque a empresa em questão já participava da obra quando assumi o governo do estado”. Procurado, o PSDB não se manifestou. O senador Anastasia afirmou que “desconhece o teor da delação e qualquer ato ilícito” cometido em 2010 ou em 2014. A Odebrecht informou que não vai se manifestar sobre as negociações da delação.

A oposição reagiu às citações a integrantes do governo do presidente interino Michel Temer na delação da Odebrecht. Deputados e senadores oposicionistas se reunirão na tarde de hoje para definir que medidas jurídicas podem tomar. Eles estudam pedir a suspensão do processo de impeachment de Dilma Rousseff e querem a demissão de Serra.

Líder do PT é cauteloso
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), foi ponderado e disse que é preciso dar o benefício da dúvida ao ministro do PSDB e ao partido. Mas afirmou que, se verdadeira a denúncia, é grave.

— Muita coisa tem sido dita nessas delações. Mas, se há provas de que são verdadeiras (acusações contra Serra), é algo bastante grave. Não só contra o Serra. Estão afastando a presidente Dilma por causa de denúncias de decretos que assinou e por pedaladas fiscais. Há denúncias, até mais grave, que envolvem o próprio Michel Temer, que teria feito acordos com uma empreiteira. A ser verdade, é muito grave — disse Costa.

Para o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), as delações não contaminam o governo. Aloysio diz que Serra deve permanecer no ministério, apesar da citação de seu nome na delação:

— O Serra é corretíssimo, escrupuloso, sua campanha não deixou nenhuma dúvida sobre sua correção. São questões absolutamente diferentes. O impeachment é uma questão política e jurídica que vai ser julgada pelos senadores. A outra tem que ser apurada, vai ser objeto de investigação, se os juízes assim determinarem.

Nenhum comentário: