Fernando Taquari – Valor Econômico
SÃO PAULO - Apesar da reviravolta em Belo Horizonte, onde o partido retirou candidatura própria na sexta-feira (ver matéria nesta página), o PSB lança nesta eleição o maior número de candidatos a prefeito de sua história. Serão pelo menos 1,5 mil postulantes espalhados pelo país. Trata-se de um crescimento de 50% em relação a 2012. Nas 92 cidades com segundo turno, ou seja, com mais de 200 mil habitantes, houve um aumento de candidaturas próprias de 83,3%. A sigla vai encabeçar a chapa em 55 destes municípios.
"Se dependesse de mim, lançaríamos nomes em todas as grandes cidades. A participação direta na disputa é uma oportunidade ao partido de se apresentar e promover lideranças. Se o candidato perde, no mínimo, se torna conhecido", diz o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, ao reconhecer que a legenda aposta na eleição de 2016 para se consolidar como terceira via no cenário nacional.
O dirigente ressalta que o número total de postulantes a prefeito do PSB no Brasil pode ser ainda maior, uma vez que o partido tinha até há poucas semanas atrás 1.623 pré-candidatos. "Sendo conservador, teremos 500 a mais do que os pouco mais de mil que disputaram em 2012", afirma Siqueira, que espera eleger aproximadamente um terço dos 1,5 mil candidatos estimados na corrida municipal.
O otimismo é baseado no histórico recente da sigla. O PSB foi o partido que mais cresceu na eleição passada na comparação com 2008 ao passar de 308 para 443 prefeituras, um aumento de 43%. Na época, o desempenho foi importante para projetar o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que morreu em um acidente aéreo durante a campanha à Presidência de 2014.
Siqueira também acredita no potencial de reeleição dos prefeitos pessebistas. Em 2012, segundo o dirigente, o PSB teve uma taxa média de vitória nas cidades governadas pelo partido de 75%, superior a média nacional de 55%. "Há uma percepção de que não podemos nos comportar como uma sublegenda. Nossa postura independente tem nos permitido ter um crescimento gradual", diz.
Nas capitais, no entanto, o PSB terá uma participação modesta em 2016, mas dentro da sua média em eleições anteriores. Depois de flertar com até 18 pré-candidaturas, o partido vai encabeçar a chapa em apenas 11 capitais, igualando o número de candidaturas de 2012 e com duas a menos do que o recorde da sigla, em 2004. O recuo é fruto de imprevistos, desistências e negociações de última hora.
Alguns pré-candidatos, por exemplo, abdicaram da disputa municipal a poucos dias do início da campanha. Prefeito de Cuiabá (MT), Mauro Mendes (PSB) anunciou na semana passada que não tentaria a reeleição por "questões familiares". Sua recusa em concorrer ao cargo provocou uma reviravolta na corrida pela prefeitura da capital do Mato Grosso.
Dirigentes pessebistas passaram a sondar correligionários em busca de um sucessor de Mendes. A procura, porém, não surtiu efeito. Nenhum das lideranças locais do PSB, como o deputado federal Fábio Garcia, aceitou a missão, o que levou o partido a abrir mão da candidatura em favor do PSDB. Em um movimento articulado pelo governador tucano Pedro Taques, o PSDB lançou o ex-prefeito e deputado estadual Wilson Santos.
Em julho, os senadores e pré-candidatos Romário e Lídice da Mata comunicaram ao partido que não concorreriam mais no Rio e em Salvador (BA), respectivamente. Além disso, negociações abertas com outras siglas resultaram na desistência do deputado federal e ex-prefeito Luciano Ducci em Curitiba (PR) e do médico Ricardo Ayache em Campo Grande (MS).
Nas capitais, o PSB aposta na reeleição de Geraldo Julio no Recife (PE), Carlos Amastha em Palmas (TO) e de Mauro Nazif em Porto Velho (RO).
Das 15 capitais em que não terá candidato, em nove o partido se uniu a um candidato ligado ao governador local. Isso ocorreu no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Acre, Pará e Maranhão.
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