terça-feira, 6 de setembro de 2016

Aécio e Alckmin reclamam de novo prazo para reforma da Previdência

• O presidente Michel Temer mostrou intenção de enviar o projeto ao Congresso Nacional só depois das eleições municipais

Pedro Venceslau - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, e o governador Geraldo Alckmin discordaram publicamente nesta segunda-feira, 5, da intenção do presidente Michel Temer de enviar o projeto de reforma da Previdência ao Congresso Nacional só depois das eleições municipais. "Se optaram por enviar após a eleição, paciência. Eu preferia discutir esse assunto o mais rápido possível", disse o senador mineiro.

Aécio veio a São Paulo para um encontro com o governador Geraldo Alckmin no Palácio dos Bandeirantes. Os dois conversaram juntos com os jornalistas depois da reunião.

"Para já ir amadurecendo e ganhando corpo, eu acho que deveria mandar o quanto antes. Se deixar para o final do ano corre o risco de não votar em 2016", disse Alckmin.

Para Aécio, o presidente Temer precisa dar "sinais mais claros". "Se não enviar hoje, então quando será?", perguntou.


O presidente do PSDB lembrou que na última reunião que teve com Temer ouviu dele que o texto da reforma da Previdência seria enviado em setembro. "O governo deve ter suas razões, mas não pode sinalizar para a perda da prioridade do ajuste fiscal", afirmou Aécio.

O tucano disse, ainda, que "não foi bom" o governo ter decidido mudar o prazo sem comunicar o partido.

Após encontro com o governador, senador Aécio Neves esteve no Instituto FHC para reunião com o ex-presidente.

Pressão. Reportagem do Estado desta segunda-feira mostrou que aliados de Temer pressionam o Palácio do Planalto a adiar o envio da proposta de reforma da Previdência ao Congresso Nacional para depois do segundo turno das eleições municipais, no dia 30 de outubro. O temor de correligionários e líderes de partidos que dão sustentação ao governo é de que o tema cause prejuízos aos candidatos do PMDB ou identificados com a gestão Temer.

Nenhum comentário: