Bolsonaro e Haddad querem aumentar teto de votação no maior colégio eleitoral do país
A uma semana do primeiro turno das eleições presidenciais, os quatro candidatos mais bem colocados nas pesquisas — Bolsonaro (PSL), Haddad (PT), Ciro (PDT) e Alckmin (PSDB) — vão priorizar o Sudeste, maior colégio eleitoral do país. Os dois primeiros querem elevar seus tetos na votação e deter o avanço de rivais. Para isso, Haddad se dividirá entre Rio, São Paulo e Minas, estados onde Bolsonaro pontua acima da média nacional. Aliados do capitão investem no interior de São Paulo, reduto de Alckmin. O tucano vai a Minas, e Ciro, convalescente, passará mais tempo na capital paulista e fará o encerramento no Ceará.
Na última semana, candidatos miram Sudeste
Bolsonaro e Alckmin disputam votos no interior de SP; Haddad e Ciro tentam crescer no Rio de Janeiro e em Minas
Bernardo Mello e Marco Grillo | O Globo
A uma semana do primeiro turno, as campanhas dos quatro presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas —Jair Bolsonaro (PSL), Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) — vão mirar o Sudeste. O Nordeste, visitado com mais frequência por Marina Silva (Rede) após seu declínio, também aparece no radar. As duas regiões reúnem 70% do eleitorado brasileiro. Haddad se debruça a partir de amanhã sobre Rio, São Paulo e Minas Gerais, estados onde o capitão da reserva pontua acima de sua média nacional. Ele deve apostar em atrair eleitores de Ciro, segundo especialistas, para crescer ainda mais no Nordeste.
Correligionários de Bolsonaro, por sua vez, têm intensificado as agendas no interior paulista. A maior aposta é abocanhar o eleitorado de Alckmin, estagnado nas pesquisas. No estado, o tucano oscilou de 13% para 14% no último Ibope, enquanto Bolsonaro foi de 30% para 33%. Major Olimpio (PSL), candidato ao Senado e um dos coordenadores da campanha, tem se dividido com o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidenciável, em agendas de rua, principalmente no interior, onde o capitão da reserva já tem mais que o dobro de votos de Alckmin.
No fim de semana, Olimpio projetava participar de até seis carreatas, enquanto Eduardo iria a outras seis. — A força do Alckmin estava no interior. Quando isso diminui, a tendência é migrar para o Jair (Bolsonaro). Eduardo Bolsonaro e eu também estamos “botando pra quebrar” na Grande São Paulo —disse Olimpio. A cientista política Maria do Socorro Braga, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), avalia que Haddad também terá problemas para avançar muito na capital paulista, onde tem seu melhor cenário atualmente, com 17%.
—Aparentemente, o grande reduto antipetista desta eleição será São Paulo — avalia Maria do Socorro. —O crescimento do Bolsonaro se relaciona com o desgaste do PSDB. Alckmin passará por Minas e Santa Catarina nos últimos dias, mas não irá ao Paraná, onde houve a prisão do ex-governador tucano Beto Richa.
Ciro Gomes passará a maior parte do tempo na capital paulista e fará passagens por Rio e Minas, priorizando agendas internas. Terceiro colocado no cenário nacional, ele fechará a campanha no Ceará, único estado em que vence todos os rivais. Além de liderar no Ceará, o candidato do PDT cresceu na Paraíba e no Rio Grande do Norte, segundo as pesquisas Ibope divulgadas na última semana. Haddad, por sua vez, é o único que cresce acima da margem de erro em Bahia, Piauí e Maranhão, cujos governadores — Rui Costa, Wellington Dias e Flávio Dino, respectivamente —podem se reeleger em primeiro turno.
Bolsonaro cresceu em Pernambuco e Alagoas, mas os governadores desses estados, Paulo Câmara (PSB) e Renan Filho (MDB), apoiam a campanha petista. Preocupado com seu ritmo no Rio, onde avançou três pontos e chegou a 14% no último Ibope,
Haddad visitará o estado entre amanhã e terça. Bolsonaro, embora tenha oscilado para baixo, aparece com 35% das intenções de voto. Na tentativa de reduzir a desvantagem, o candidato do PT fará agendas na Zona Oeste e na Baixada Fluminense, e participará de um ato com artistas na Cinelândia. —Estamos fazendo um trabalho mais intenso no Rio, porque para nós é importante que o estado não fique abaixo da média nacional — afirmou o ex-ministro Gilberto Carvalho, um dos coordenadores da campanha. (Colaboraram Cristiane Jungblut, Dimitrius Dantas, Fernanda Krakovics e Silvia Amorim)
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