Depois dos imigrantes, presidente americano acaba de criar um novo inimigo, que usará contra inclinação cada vez mais progressista dos democratas
Michael Tackett, do New York Times / O Globo
WASHINGTON — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a demonstrar sua habilidade para criar vilões que sirvam como adversários políticos. Em seu discurso sobre o Estado da União na terça-feira, ele apresentou os seus novos antagonistas: os socialistas.
Logo após conclamar à derrubada do governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, repudiando as “políticas socialistas” que reduziram o país a um estado de “pobreza abjeta e desespero”, ele voltou-se a território familiar, em sua própria casa.
— Aqui nos Estados Unidos, estamos alarmados com novos chamados para adotar o socialismo em nosso país — disse o presidente. —Esta noite, decidimos que a América nunca será um país socialista.
O discurso de terça-feira à noite indica qual pode ser a cara da campanha de Trump em 2020. O presidente falou muito sobre a economia, com referências à baixa taxa de desemprego, ao crescimento contínuo e ao corte de impostos aprovado pelo Congresso anterior, de maioria republicana. Trump também falou em abaixar os preços dos medicamentos que exigem receita médica e em combater o HIV, em possíveis acenos a eleitores de subúrbios que abandonaram os republicanos nas eleições legislativas de novembro do ano passado. Para seus seguidores mais linha-dura, ele defendeu o seu muro da fronteira.
A ameaça do socialismo foi algo novo. Mas pode se tornar dominante na retórica da campanha de 2020, como os ataques aos imigrantes o foram na campanha de 2016, quando ele provocou sobressalto com seus ataques contra “estrangeiros ilegais e criminosos”.
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