Bancadas se reorganizam em janela para troca de legenda como parte de estratégias para a votação de outubro
Luiz Ernesto Magalhães | O Globo
Um grande troca-troca de partidos deve mudara configuração da Câmara Municipal. Alei eleitoral permite mudança de legendas em perda de mandato até o próximo dia 3, e a expectativa é que pelo menos metade dos 51 vereadores do Rio o faça, de olho na reeleição em outubro. Entre os que buscam novos ares está até mesmo o presidente da Casa, Jorge Felippe (MDB), que tenta se livrar do desgaste do partido, que teve integrantes envolvidos em casos de corrupção.
Procurado pelo GLOBO, ele não quis se manifestar.
Nesse processo, o prefeito Marcelo Crivella pode perder parte de sua base (que hoje lhe garante um certo conforto nas votações) para partidos que terão candidatos próprios na disputa pela administração municipal. É o caso do DEM, que tentará eleger Eduardo Paes, e o PDT, que brigará por Martha Rocha.
A baixa entre os 35 vereadores da base pode chegara dez. Ao menos, na ponta do lápis.
— Como a maioria dos vereadores, sou da Zona Oeste. Meu perfil é comunitário. Sempre defenderei o governo e vou continuar ajudando o prefeito mesmo que meu partido não consiga eleger seu candidato. Afinal, seja quem for eleito, vai depender de mim — argumentou um vereador que está trocando de partido e prefere ficar no anonimato.
Partidos adotam uma série de critérios para decidir sobre essas “migrações” e quem será aceito como filiado. Pelas regras eleitorais, cada legenda precisa de pelo menos 75 candidatos, sendo que pelo menos 22 têm de ser mulheres. O chamado coeficiente eleitoral (número de votos necessários para garantir uma cadeira) chega a 56 mil votos.
O critério não leva em conta apenas o desempenho individual.
—A estratégia de tentara reeleição passa por uma boa nominata, com candidatos que geram votos e ajudam o principal nome do partido — resume Luiz Carlos Ramos Filho, que trocou o Podemos pelo PMN, onde é considerado o principal puxador de votos.
Ramos Filho entrou no PMN enquanto Dr. Gilberto se despedia da legenda para ser o puxador de votos do PTC. Por sua vez, o Podemos, um dos partidos que tenta emplacar o vice de Crivella, que busca a reeleição, virou o pouso de Carlos Eduardo (ex-Solidariedade). O Podemos também deverá abrigar o suplente Petra (hoje no PDT) e o atual líder do governo, Dr. Jairinho, atualmente no MDB.
No Republicanos de Crivella, só têm vagas garantidas os três vereadores do partido, que são ligados à Igreja Universal do Reino de Deus. Em princípio, a legenda só tem as portas abertas para uma eventual entrada de Carlos Bolsonaro (hoje no PSC), caso o filho do presidente Jair Bolsonaro dispute um novo mandato.
DEBANDADA DO PSDB
O PSDB deve perder a bancada toda. Teresa Bergher , Professor Adalmir e Felipe Michel estudam propostas. Suplente na vaga de Michel, que atualmente ocupa uma secretaria na prefeitura, Arraes é cotado para o Novo, que perdeu Leandro Lyra, seu único vereador:
— Esse PSDB atual não é aquele que eu conheci. Eu procuro um posicionamento ideológico ao Centro — disse Teresa, que já foi foi sondada pelo PDT e PSC.
Sem ambiente no PSD, Eliseu Kessler, ligado ao ex-deputado federal Índio da Costa, deve deixar o partido. No PTB, na briga por espaço só sobrou Marcelo Arar. Zico e Rocal deixaram o partido na quarta-feira.
Verônica Costa(MDB) rumo upara o DEM. Rosa Fernandes também deve sair do MDB e se aliar ao PSC de Wilson Witzel devido à proximidade do governador com seu filho, Pedro Fernandes, secretário de Educação. O MDB vive uma situação curiosa. Maior partido da casa (dez vereadores) corre o risco de perder toda abancada. Mas já acertou com Paulo Messina, ex-aliado de Crivella, que concorrerá ao cargo de prefeito.
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