Folha de S. Paulo
Inflação e economia minam a sua popularidade
“A
inflação está comendo a popularidade do presidente.” A avaliação é do diretor
da Quaest, Felipe Nunes, sobre os resultados mais recentes de pesquisa, que vai
da avaliação de Jair Bolsonaro a preferências do eleitorado para 2022.
Não por acaso, está na ordem do dia o
desespero do governo em viabilizar o programa social que deve substituir o
Bolsa Família e ganhar um carimbo de Bolsonaro. Tudo para tentar reverter a
queda livre na qual despenca a reputação do presidente. Quanto menos
favorecidos, mais críticos ao desempenho de sua gestão.
O pior resultado é entre as pessoas que ganham até dois salários mínimos. Para 58% a avaliação é negativa, 22% acham o governo regular, enquanto para 17% o saldo é positivo. A reprovação cai para 49% entre os que ganham mais de cinco salários. Nessa faixa, 26% o consideram regular e 24% têm opinião positiva.
Não é coincidência que Bolsonaro bata nos
governadores e tente empurrar a eles a responsabilidade do naufrágio da
economia, que se soma ao desastre da condução da crise sanitária. São os
maiores problemas do país, segundo os entrevistados da Quaest. Essas respostas
confirmam pesquisas de outros institutos. “Em 2020, ele perdeu muito com a
pandemia. Mas neste ano é a economia que está gerando a deterioração de sua
imagem. Ou seja, ele fez duas apostas erradas. Chutou a pandemia achando que a
economia iria salvá-lo. Está acontecendo o inverso”, diz Nunes.
A avaliação negativa do governo também é
maior entre os que têm até o ensino fundamental (55%) do que entre aqueles com
ensino superior incompleto ou mais (51%). Os mais escolarizados (24%)
consideram a gestão Bolsonaro positiva, contra 19% dos que tiveram menos
educação. Para os que ainda apoiam este desgoverno, talvez a notícia de que o
consumo de miojo e de pés de galinha cresceu seja sinal de que a economia está
ótima, porque não é possível tanta ignorância.
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