terça-feira, 9 de agosto de 2022

Fernando Carvalho* - Fui barrado no Jô

Sempre é lamentável a morte de um homem como o Jô Soares que contribuiu para tornar o mundo mais rico culturalmente.

Quanto a mim perdi uma oportunidade de ouro de tê-lo conhecido. Conto essa história. Meu O Livro Negro do Açúcar está de graça na internet há mais de 15 anos. Em 2010 foi publicado pela Alaúde com o título Açúcar O Perigo Doce. A editora conseguiu marcar uma entrevista com o Jô Soares. Mas não passei pela pré-entrevista.

A senhora que falou comigo disse "O Jô já entrevistou muitos médicos falando sobre diabetes". Pensei em dizer que a coisa mais sem graça do mundo é um médico falando sobre diabetes porque eles não dizem nada. Mas respondi que meu livro era sobre o açúcar e perguntei se ela sabia que com açúcar se produz explosivos? Ela disse-me que sabia porque havia visto isso no MacGyver.

O resultado foi que minha entrevista foi desmarcada. Fiquei contrariado, afinal, o Jô entrevistava qualquer um que escrevesse um livro. Como pode um historiador formado pela UFF, escrever um livro de 300 páginas sobre o açúcar ser barrado no Programa do Jô? Claro que entendi a coisa, na verdade fui barrado pela Globo, peça importante da ditadura do açúcar. E Jô Soares um personagem importantíssimo para os traficantes de açúcar que se utilizaram dele até depois de morto.

Ontem no que a Globo transmitiu sobre o Jô Soares onde aparece o Jô falando em "colheres de açúcar" e que assistia muitos filmes com sua mulher, sempre consumindo "Muito sorvete". Tenho certeza que se o Jô tivesse me entrevistado ele deixaria de ser objeto de interesse dos traficantes de açúcar. Jô era inteligente e iria aprender que obesidade não é doença (como os médicos acreditam). Iria deixar de ser um gordo mórbido. Ou, se gostasse muito de comida normal, isto é, sem açúcar, ele seria um gordo saudável como um lutador de sumô que é um atleta e não um obeso mórbido.

Um lutador de sumô consome até 20 mil calorias diariamente para ganhar aquele corpitcho, mas na dieta dele não entra açúcar. Uma vez comparei um amigo a um lutador de sumô e ele ficou ofendido não por causa da gordura e sim da fralda. Não fui barrado apenas no Jô. Agora há pouco me inscrevi no LED Luz na Educação, também coisa da Globo. Claro que perdi feio. E o LED premiou uma ong que ajuda mulheres da periferia do Rio de Janeiro a fazer e vender uma porcaria açucarada. Conto essa história aqui:

https://mail.google.com/mail/u/0/#search/lusco-fusco/QgrcJHsBtQMRHjvshfWHPWpsMTCPrRxgXkL

Mas não fui censurado apenas pela Globo. Moro em Cachoeiro de Itapemirim, terra do rei, e já dei entrevista para o Programa Simplesmente Eluza Xavier da Rede Record, leiam Bispo Macedo tão bilionário quanto a família Marinho num país onde tem moradores de rua. Ela também é peça importante da indústria da doença. Eluza é uma concorrente da Ana Maria Braga. Ela me entrevistou e gravou a entrevista. Mas o programa não foi ao ar e nem sequer foi para o You Tube. Fui censurado também no filme Muito Além do Peso dirigido por Estela Renner.

O filme é sobre obesidade infantil e a entrevista foi gravada no bairro de Santa Tereza, Rio de Janeiro. Depois a Estela deu uma entrevista ao programa do Danilo Gentili e o companheiro dele perguntou a ela sobre o Sugar Blues mencionando aquela foto histórica em que William Dufty e a mulher, a atriz Gloria Swanson, jogam açúcar numa lata de lixo. Ela respondeu dizendo que não focalizou pontos de vista "Muito radicais".

Ou seja, a cineasta deu uma de nutricionista ou nutróloga para censurar aqueles que lutam para que o açúcar saia da mesa e vá para a lata de lixo. Ela nem os médicos sabem que o açúcar entrou na mesa depois que negros africanos foram escravizados pelos capitalistas para produzir açúcar nas Américas. E que antes disso não existiam as doenças crônico-degenerativas e nem a profissão de dentista. Curioso é que segundo a Bíblia, Êxodo 21: 26,27, quando um escravo perdia um dente seu senhor era obrigado a dar liberdade a ele. Hoje um dente não vale nada.

A cárie é hoje uma pandemia mundial que não incomoda ninguém. Costumo dizer que o sucesso da implantodontia diz do fracasso da odontologia. Só implanta um dente quem o perdeu. Mas também tenho algumas vitórias para contar, fui entrevistado por Leda Nagle na TV Educativa no Rio de Janeiro e por Roberta Zampetti do programa Brasil das Gerais. A melhor entrevista que dei foi para a TV Supren, que está inteira no canal de Fernando Magaldi no You Tube. Lair Ribeiro telefonou-me para me dar parabéns pelo meu livro.

E falando pelo telefone com o Dráuzio Varela descobri que ele não consome açúcar. Na Amazon.com.br tem uma edição de meu livro com o título Açúcar Mata e outro pequeno livro sobre o ramo odontológico da Indústria da doença, O Mito da Higiene Bucal: Açúcar na comida, flúor na água e cárie nos dentes. O boicote que meu livro tem sofrido é porque trata-se do instrumento de uma causa. Que se vitoriosa vai obrigar o capitalismo e passar por um processo de reengenharia. Assim como o que acontecerá com a vitória do movimento ecológico. A luta é por uma Segunda Lei Áurea. A Primeira libertou os negro escravos da produção de açúcar a Segunda é para libertar os escravos do consumo de açúcar.

*Fernando Carvalho é historiador, formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), autor de “Livro Negro do Açúcar 

5 comentários:

Anônimo disse...

Muito antes do açúcar: "The history of dentistry is almost as ancient as the history of humanity and civilization with the earliest evidence dating from 7000 BC to 5500 BC.[4] Skeletal remains from Mehgarh (now in Pakistan) dated to that time show evidence of teeth having been drilled with flint tools to remove decay, a method found to be "surprisingly effective".[4] Dentistry is thought to have been the first specialization in medicine which have gone on to develop its own accredited degree with its own specialisations.[5]"
https://en.wikipedia.org/wiki/Dentistry

ADEMAR AMANCIO disse...

Já vi Miguel Falabella e Suzana Vieira falando que açúcar é veneno,ela disse que não consumia,ele eu não sei.

ADEMAR AMANCIO disse...

Há quem coloca o sal e o açúcar no mesmo nível nocivo da cocaína.

Fernando Carvalho disse...

Prezado, Anônimo. Esse texto  da Wikipédia está cheio de erros. Não existe uma história da odontologia de milhares de anos. A profissão de dentista  nasceu no rastro do açúcar, depois que a dieta humana foi transformada numa ração patogênica graças ao açúcar produzido pelos negros africanos escravizados pelos capitalistas europeus no século XVI. O açúcar deu origem às doenças crônico-degenerativas e entre elas a cárie, a principal doença que infelicita a humanidade. Na Idade Média quem quebrava um galho com problemas nos dentes eram ferreiros e barbeiros. Claro que o que eles faziam não dava pra chamar de "especialização médica". Por isso até hoje o dentista não é considerado médico. Quando os dentistas entraram na história foi como uma profissão. Sapateiro era o profissional que consertava sapatos e dentista o profissional que consertava dentes. Espécie de médico de segunda classe. Claro que a odontologia evoluiu muito de modo que hoje um cirurgião bucomaxilofacial é um médico sofisticado e existe uma ciência por trás da prática dos dentistas, a odontologia. Por que então o Conselho de Medicina não se funde com o Conselho de Odontologia? Essa divisão é histórica e vem do tempo em que os médicos não aceitavam os dentistas como seus pares. Uma curiosidade a medicina tem pai, Hipócrates do século V aC. A odontologia não tem pai, mas a implantodontia tem Branemark.

Fernando Carvalho disse...

Caríssimo, Ademar Amancio. Miguel Falabella e Suzana Vieira estavam certos quando disseram que açúcar é um veneno. Ela estava certa ao evitar o veneno e ele se não evitava era por burrice. O doutor Dráuzio Varella não consome açúcar. Pedi a  ele que escrevesse um texto sobre isso no blog dele. Depois vi que apareceu na página dele um texto sobre açúcar escrito por duas nutricionistas dizendo as mesmas bobagens que todo nutricionista diz sobre açúcar. Ademar, o açúcar é o veneno que transformou a dieta humana nessa ração patogênica que deu origem às doenças crônicas, metabólicas, degenerativas, doenças autoimunes, doenças raras, câncer e cárie. Essa história está didáticamente explicada no meu O Livro Negro do Açúcar. E este livro é o instrumento desta causa que consiste em retirar o açúcar da mesa mediante proibição. Já denominei a Lei que vai fazer isso de Segunda Lei Áurea. A Primeira libertou os negros da produção de açúcar; a segunda vai libertar os escravos do consumo de açúcar. Acontece que essa teoria revolucionária (sem teoria revolucionária não se faz revolução) não entra na cabeça dos médicos, nem dos nutricionistas, nem das autoridades de saúde pública. E essa historinha de comparar açúcar com sal e cocaína é de natureza folclórica cujo objetivo é justamente desviar a atenção do açúcar. O sal é um alimento importantíssimo. Se o sal for totalmente retirado da dieta de uma pessoa ela pode morrer. O sal é importante para o "equilíbrio dos fluidos vitais do corpo". Isso foi dito pela autora de um livro contra o sal: "Sal Assassino" de Marietta Wittlesey. Essa campanha contra o sal é puro besteirol que interessa aos traficantes de açúcar. O sal é controlado pelo próprio paladar das pessoas. Se você colocar mais sal no seu ovo frito, você mesmo não vai gostar. Outro besteirol que interessa aos traficantes é comparar o açúcar com cocaína. Costumo dizer que o açúcar é um veneno pior que cocaína. Por que? Porque cocaína é reconhecidamente uma droga usada por quem sabe o que ela é e deseja se submeter a seus efeitos. Já o açúcar é um veneno que não é reconhecido como tal, e por ser doce e gostoso é colocado até na mamadeira de um bebê. Depois essa criança vai ser vítima de cárie (que ataca até o primeiro dentinho de leite), de obesidade mórbida (obesidade não é doença), diabetes, gripes e resfriados constantes, etc., etc.,etc.