Folha de S. Paulo
Com apoio à candidatura de Alexandre Ramagem,
governador deixa cair a máscara de vez
Você lê a notícia, não acredita e descobre
que políticos já estão em pré-campanha. O metrô da Gávea, cujas obras começaram
em 2010 e estão paralisadas desde 2015, é uma das mais longas novelas em
exibição no Rio, só comparável à da climatização nos ônibus e a da recuperação
da estação ferroviária da Leopoldina. Cláudio
Castro anunciou um acordo para que a concessionária invista R$
600 milhões no projeto, em troca do controle do transporte até 2048. Com a
esperança de conclusão da Linha 4 sabe-se lá quando, a população pode dar adeus
à Linha 3 (Rio-Niterói-São Gonçalo), promessa de Castro na última eleição.
Mas a principal jogada do governador está dirigida à violência, tema que será o combustível das eleições no ano que vem. Ele decidiu recriar a Secretaria de Segurança, extinta em 2019 por Wilson Witzel, e convidou para comandá-la um delegado da PF exonerado após os atos golpistas de 8 de janeiro.
Victor César dos Santos –ligado à família
Bolsonaro, em especial ao filho 01, e aliado do ex-ministro da Justiça Anderson
Torres e do ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem– será o encarregado da
interlocução com o governo Lula para ações integradas de segurança. Resta saber
em que língua eles falarão.
Santos —que foi homenageado com a medalha
Pedro Ernesto pelo vereador Jerominho, fundador da maior milícia do Rio—
declarou que dará prioridade aos crimes de latrocínio e feminicídio.
Subentende-se que a atividade de traficantes e milicianos, a lavagem de
dinheiro e a corrupção interna façam parte de seus planos.
Desde que o poder lhe caiu no colo, com a defenestração de Witzel, Cláudio Castro sofre pressão de Flávio Bolsonaro. Enfim resolveu capitular, apoiando a candidatura de Ramagem a prefeito. Assumiu o que sempre quis esconder e virou um bolsonarista raiz. De olho no Senado em 2026, o que ele propõe é fazer do Rio um puxadinho do capitão.
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