Christiane Samarco, João Domingos
BRASÍLIA - De nada adiantou o café da manhã com os líderes governistas, na semana passada, quando o ministro da Fazenda, Guido Mantega, pediu proteção aos aliados no depoimento que dará hoje às duas principais comissões técnicas do Senado -Assuntos Econômicos (CAE) e Constituição e Justiça (CCJ). Mantega queria falar só sobre economia, mas a oposição está determinada a indagar-lhe sobre outros assuntos, como a troca de comando na Casa da Moeda. Os aliados dizem que não vão impedir.
Líder do PT, o senador Walter Pinheiro (BA) avisa que não haverá "tropa de choque para blindar o ministro". Segundo o petista, Mantega falará sobre todos os assuntos. "Pôr a tropa do governo para falar e dizer que a oposição não pode abordar isto ou aquilo seria absurdo", diz.
Mas isso não significa que o ambiente será hostil a Mantega. Ao contrário. Os líderes aliados, que só costumam chegar a Brasília no início da tarde de terça-feira, anteciparam a viagem para ontem, garantindo desde a véspera o quorum solidário na sessão conjunta da CAE e da CCJ.
Também tranquiliza o ministro a certeza de que o PMDB, que ajudou a derrotar a presidente Dilma Rousseff na quarta-feira, rejeitando o nome de Bernardo Figueiredo para a direção da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), não lhe fará qualquer ataque hoje.
"Ninguém vai apontar armas para ele", adianta o senador Vital do Rego (PB), um dos que, na contabilidade palaciana, colaboraram para a derrota da presidente.
O líder do PR, senador Blairo Maggi (MT), também garantiu que não haverá ataques da parte dos senadores independentes. "Vamos tratar o ministro Mantega com a maior cortesia", disse Maggi.
Mas a boa vontade não deve livrar Mantega da cobrança de explicações para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) e do processo de desindustrialização que alarma governo e oposição.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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