Democratas querem ainda que tucanos não lancem candidatos em Salvador e Recife; PV também discute aliança
Tatiana Farah, Silvia Amorim
SÃO PAULO. O ex-governador José Serra, um dos pré-candidatos do PSDB à prefeitura de São Paulo, recebeu ontem de lideranças nacionais do DEM uma lista de condições para que o partido o apoie nesta eleição. Em reunião na sede do governo paulista, o DEM pediu a vaga de vice de Serra e uma atuação do tucano de forma direta nas negociações entre o PSDB e o DEM em outras cidades, especialmente em Salvador e Recife. O DEM quer que os tucanos abram mão de candidaturas próprias nesses locais.
O encontro também teve a participação do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Do lado do DEM, estiveram o presidente nacional da sigla, senador José Agripino Maia, o senador Marco Maciel e o deputado ACM Neto. Foi a primeira reunião formal entre dirigentes do DEM e o pré-candidato. Agripino deixou o encontro com um discurso mais contundente em relação à vaga de vice do tucano.
- Eu diria que é fundamental hoje termos a vice para apoiar o PSDB aqui em São Paulo.
Serra pediu tempo aos dirigentes do DEM.
- Eles têm desejo e é natural de firmar alianças. Em Aracaju, eu até ajudei um tempo atrás a ter uma composição. Eu ajudaria em qualquer circunstância, fosse ou não candidato aqui. Eu sou a favor de uma aliança entre PSDB e DEM em Salvador, por exemplo. Eles têm um nome para a vice, que é o Rodrigo Garcia (pré-candidato do DEM na capital paulista) - disse.
Além do DEM, outras siglas exigem a indicação do vice para fechar aliança com Serra. Depois do PSD do prefeito Gilberto Kassab, o PV é o partido que mais se aproxima de fechar apoio. A sigla iniciou ontem formalmente um debate interno sobre a proposta de aliança com o PSDB na eleição deste ano. Os verdes também querem indicar o vice de Serra. O nome preferencial para a vaga é o de Eduardo Jorge, secretário do Verde e Meio Ambiente de Kassab.
Em relação ao PCdoB, outro partido aliado de Kassab na prefeitura, os tucanos não cogitam aliança formal, mas desejam impedir que haja uma aliança com o PT do pré-candidato Fernando Haddad incentivando dois cenários. O primeiro é a criação de uma frente de esquerda alternativa ao PT, que poderia ser composta pelo PCdoB e o PDT. O segundo é a manutenção da candidatura própria do PCdoB, com o vereador Netinho de Paula. As duas situações, avaliam, tirariam eleitores de Haddad.
Ontem, Haddad disse não acreditar em aliança entre tucanos e comunistas, dizendo que o mais provável é o PCdoB ter candidato próprio ou apoiar o PT.
- Qualquer outra alternativa eu vou respeitar, mas vou estranhar - disse Haddad.
FONTE: O GLOBO
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