Após reunião de duas horas com a presidente Dilma, governador afirma que o crescimento da sua legenda "não será barrado"
BRASÍLIA - Sem fugir à postura dúbia que tem mantido em relação ao governo federal, o governador Eduardo Campos (PSB) foi recebido, ontem, pela presidente Dilma Rousseff (PT) no Palácio do Planalto, em Brasília. Após duas horas de conversa, o socialista manteve o discurso de "aliado", evitou comentar seus planos para 2014, mas, segundo informações da Agência Estado, alertou que o crescimento do PSB "não será barrado". A visita também serviu para acertar a vinda da presidente a Pernambuco, no próximo dia 18 de fevereiro.Mesmo evitando comentar a possibilidade de lançar-se candidato a presidente, o governador fez questão de frisar que seu partido, pelo último desempenho eleitoral, terá espaço em "qualquer projeto", seja na base do governo, seja num caminho próprio. "O PSB cresceu. Cresceu em 2006, em 2010, em 2012 e esse crescimento do PSB não será barrado", advertiu.
Para fugir do debate eleitoral, ele afirmou que o "bom aliado" é aquele que debate "o que interessa ao País". No entanto, não abriu mão de pontuar as dificuldades que o governo federal tem enfrentado no campo econômico. "Não chegou a hora de tratar 2014. Estamos tratando de ajudar a presidente a vencer 2013. A disposição do PSB é dar a contribuição para que possamos retomar o crescimento econômico", disse.
Também não deixou de mencionar outros temas indigestos para o Planalto, como a redistribuição dos recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e dos royalities de petróleo, além da crise no setor energético. "Ela está muito segura com relação a essa questão da energia, que esse é um constrangimento que não vamos voltar a ter. Está segura em relação ao crescimento econômico e otimista que as medidas que foram tomadas vão ter repercussão", reforçou.
A visita ao Estado no próximo mês é um sinal de que a presidente quer manter por perto o ainda aliado, mas possível concorrente em 2014. A última vez que Dilma veio a Pernambuco foi em fevereiro do ano passado para vistoriar as obras da Transposição do rio São Francisco e a construção da ferrovia Transnordestina. A agenda que ela cumprirá, desta vez, ainda não foi divulgada, mas o governador adiantou que parte dos compromissos estão relacionados com a seca. "Ela viria no dia 31, mas a gente acordou para o dia 18 para dar tempo para ela participar das atividades que eu gostaria que ela participasse", resumiu.
A reunião entre os dois durou duas horas. Sem entrar em detalhes, o governador relatou ter tratado apenas de parcerias para a execução de projetos no Estado. Essa foi a segunda vez que Eduardo Campos e Dilma se encontraram em menos de 15 dias. No último dia 6, o governador foi a Salvador participar de um almoço reservado com a presidente e o governador da Bahia Jacques Wagner (PT).
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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