O BC anunciou que revisará a projeção de queda de 11% em média, na conta de luz do brasileiro este ano. Após informar quinta-feira que a expectativa levava em conta a redução imediata de 18% da tarifa, divulgada por Dilma na véspera, ontem o BC disse que houve erro na comunicação e que o novo cálculo será divulgado em março
BC vai rever projeções para queda na conta de luz
Após Dilma anunciar queda imediata de 18% e banco estimar 11% no ano, agora novo cálculo sairá em março
Gabriela Valente, Danilo Fariello
BRASÍLIA - O Banco Central (BC) anunciou que revisará a projeção de queda líquida na conta de luz das famílias brasileiras, estimada em 11% na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada na quinta-feira. No documento, os diretores do BC explicaram que essa estimativa considerou a redução anunciada pelo governo e os aumentos que devem ser feitos ao longo do ano pelas concessionárias. Ontem, a autarquia comunicou que houve um erro na comunicação e que as contas foram feitas com o percentual inicial estimado, de 16,2%. E como a redução bruta anunciada pela presidente Dilma Roussef foi de 18% nas tarifas residenciais, a queda líquida deve ficar acima de 11%.
A assessoria do BC disse que os técnicos somente perceberam ontem que o cálculo tinha sido feito com a estimativa de uma queda de 16,2% da conta de luz nas residências. Na quinta-feira, a informação do BC era que a projeção da ata já considerava os 18% anunciados por Dilma. Foi divulgada uma nota de esclarecimento para informar que uma nova projeção estará na ata da próxima reunião do Copom, marcada para o início de março.
Para a gasolina, alta de 5%
"Em razão das informações divulgadas pelo Ministério de Minas e Energia após a última reunião do Copom, que apontam recuo nas tarifas de energia elétrica superior às estimativas preliminares, o Banco Central esclarece que procederá, como de praxe, à atualização de suas projeções para a variação dessas tarifas em 2013. Os novos números serão apresentados na Ata da próxima reunião do Copom", diz a nota. Na ata, o BC alertou para a forte pressão inflacionária. Além de prever uma redução de 11% na conta de luz das famílias, os diretores do Copom previram alta de 5% da gasolina na bomba.
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, avaliou que o BC pode ter feito uma conta relativamente simples para chegar à previsão de 11% de queda média do preço da energia neste ano.
- Imagino que o Banco Central deve ter feito a conta colocando os 18% de queda nas tarifas e considerando o IGP-M do ano passado de 7,82%. Como as empresas têm base de reajuste no IGP-M, imagino que seja isso - disse Hubner, depois de uma reunião extraordinária da diretoria da agência.
O diretor destacou que é possível amenizar o impacto do uso das usinas térmicas no reajuste de algumas empresas. A preocupação no momento é com a Ampla, cujo reajuste está previsto para 15 de março. Uma das ideias é um escalonamento financeiro de suas receitas para amenizar o impacto da alta das tarifas.
Fonte: O Globo
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