Batizada como Rede Sustentabilidade, legenda estará 'à frente' das siglas tradicionais, afirma ex-senadora
Em encontro para aprovar estatuto da nova sigla, militantes lançam Marina para presidente em 2014
Márcio Falcão e Erich Decat
BRASÍLIA - A ex-senadora Marina Silva afirmou ontem que o novo partido que está organizando não será de esquerda nem de direita, mas estará "à frente" das outras legendas.
"Nem direita, nem esquerda. Estamos à frente", afirmou Marina, em entrevista durante encontro de militantes que aprovou o estatuto do novo partido, em Brasília.
O nome da nova sigla foi definido ontem. Ela será registrada como Rede Sustentabilidade, mas os organizadores do evento preferiram apresentá-la como #rede.
Marina afirmou que seu objetivo não é apenas ter uma legenda para disputar as eleições de 2014, e disse que a Rede irá romper com a "lógica de partidos a serviço de pessoas" e "quebrar o monopólio dos partidos na política".
A ex-senadora deixou o PT em 2009 e concorreu à Presidência da República pelo PV nas eleições de 2010. Ela teve 20 milhões de votos e ficou em terceiro lugar, mas depois se desentendeu com a cúpula do PV e saiu do partido.
Em discurso para os militantes, Marina disse que o grupo também não se definirá por posições que assumir em relação ao governo Dilma Rousseff. "Nem oposição, nem situação. Precisamos de posição", afirmou. "Se Dilma estiver fazendo algo bom, vamos apoiar. Se não, não."
Três deputados federais foram apresentados como fundadores do novo partido de Marina, Domingos Dutra (PT-MA), Walter Feldman (PSDB-SP) e Alfredo Sirkis (PV-RJ).
A ex-senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), que rompeu com o PT no início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disputou as eleições presidenciais de 2006, vai deixar o PSOL para ingressar na nova legenda.
Ao discursar no encontro de ontem, Heloísa Helena lançou o nome de Marina para a Presidência e puxou o coro dos militantes: "Brasil, urgente: Marina presidente".
Em entrevista, Marina disse que sua candidatura em 2014 é apenas uma "possibilidade" que ainda terá que ser debatida com seus aliados.
Para participar das eleições presidenciais de 2014, o novo partido de Marina precisa recolher 500 mil assinaturas em pelo menos nove Estados nos próximos meses e tem até outubro para obter o registro da Justiça Eleitoral.
Outros três deputados estudam a possibilidade de entrar no novo partido, Ricardo Tripoli (PSDB-SP), Reguffe (PDT-DF) e Alessandro Molon (PT-RJ), mas eles não participaram do encontro de ontem.
Estatuto
O estatuto do novo partido proíbe o recebimento de doações de fabricantes de bebidas alcóolicas, cigarros, armas e agrotóxicos e estabelece que a legenda imporá um teto às contribuições que seus candidatos poderão receber.
O estatuto também fixa um limite para os mandatos dos parlamentares que se elegerem pela Rede. Só será permitida uma reeleição. A ideia é estimular o aparecimento de novas lideranças, mas o estatuto permite que a regra seja revista por um plebiscito interno em casos excepcionais.
Fonte: Folha de S. Paulo
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