Objetivo é tentar esvaziar candidatura de Lindbergh ao governo do estado e conseguir apoio de petistas a Pezão
Cássio Bruno, Fábio Vasconcellos
A estratégia do PMDB para esvaziar a candidatura do senador Lindbergh Farias, do PT, ao governo do Rio passa justamente pelo Senado Federal. O PMDB estuda oferecer aos petistas a única vaga do estado para uma cadeira da Casa. Em 2014, o senador pelo Rio Francisco Dornelles (PP), do grupo do governador Sérgio Cabral, conclui o seu mandato. Com o acordo, os peemedebistas reforçariam a candidatura do vicegovernador Luiz Fernando Pezão tendo, assim, o apoio do PT.
Em contrapartida, Lindbergh já iniciou o seu plano B rumo ao Palácio Guanabara, caso não consiga a indicação do PT. Semana passada, jantou com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, possível candidato à Presidência pelo PSB em 2014. Campos abriu as portas do partido para Lindbergh disputar o governo fluminense; em troca, o petista seria a principal estrela no palanque do socialista no Rio.
— O Lindbergh é o sonho de consumo do PSB — disse um interlocutor próximo a Campos.
A proposta do PMDB pode atrair o PT e reduzir as chances de Lindbergh concorrer pelo partido da presidente Dilma Rousseff contra Pezão. Em 2010, Lindbergh também lançou sua pré-candidatura ao governo, mas foi convencido pelo expresidente Lula a desistir.
No primeiro dia do desfile na Marquês de Sapucaí neste carnaval, Cabral afirmou, sem revelar sua estratégia, que deseja repetir a aliança PMDB-PT de 2006 e 2010:
— Temos um candidato qualificado, preparado, experiente, sério, honesto e bom gestor (Pezão). E respeitamos os demais. Respeito o senador Lindbergh, tenho o maior carinho, mas o meu desejo, e que é natural, é que a aliança, que me levou à eleição em 2006 e à reeleição em 2010, se repita em 2014. Mas isso é um processo.
Lindbergh rebateu:
— O PT, por unanimidade, aprovou o meu nome. Isso é um factoide. É uma demonstração de fraqueza do PMDB.
Sobre o governador Eduardo Campos, o petista desconversou:
— Tenho ótima relação com ele, mas sou candidato do PT.
O presidente regional do PT, Jorge Florêncio, disse que o partido terá candidato próprio em 2014, e que será Lindbergh. Segundo Florêncio, não houve conversa sobre uma possível negociação envolvendo a candidatura ao Senado com o PMDB.
— Nunca tivemos essa discussão. Não é ambição do partido ter outro senador. Por razões óbvias. Não é nada contra o PMDB, tem relação com a nossa decisão de ter candidato próprio. Apoiamos o governador Cabral em duas eleições e, agora que ele não é mais candidato, queremos ter o nosso. Se o PT não faz isso, está abdicando desse debate, de propor uma candidatura aos eleitores — disse Florêncio.
Fonte: O Globo
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