Depois da votação e das "comemorações" do fim do 14º e do 15º salários de deputados e senadores, ficou uma boa pergunta no ar: o que acontece com a verba destinada para isso neste ano?
O 14º já foi pago, mas o 15º também está previsto no Orçamento de 2013 e não será mais pago no final do ano. Como a economia anual com o fim dos dois é estimada em pouco mais de R$ 31 milhões, há em torno de R$ 16 milhões no limbo. E daí, o que vai acontecer com essa bolada?
Depois de pensar, pensar, pensar, o senador Renan Calheiros respondeu: "Espero que essas economias todas possam ser direcionadas para o fortalecimento da atividade do Senado". Ou seja, o presidente promete cortar, de um lado, mas adicionar o "troco", de outro.
Já o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, admitiu: "Não sei. Boa pergunta". Nós, que pagamos a conta, também achamos uma excelente pergunta. E a chance para respondê-la é hoje ou nunca.
A votação do Orçamento, atrasada desde o ano passado, está prevista para esta terça e uma possibilidade é que o relator da matéria peça para fazer um "adendo" no sentido de cortar/devolver/dispensar os R$ 16 milhões referentes ao 15º salário, que não será pago aos parlamentares e não devem --ou não deveriam-- ser empregados em nada mais. Ou bem é economia, ou bem não é.
Aliás, só como lembrança, não é correto falar em "fim" do 14º e do 15º. Em vez de receberem dois salários a mais do que os pobres mortais todo santo ano, os senadores vão ter direito a um a mais em dois dos seus oito anos de mandato, e os deputados, a um a mais em dois de seus quatros anos. A título de "ajuda de custo".
Sem falar, cá pra nós, que eles podem criar, na surdina, alguma compensação para a perda. Olho vivo! No lema de Dilma, "o fim da miséria é apenas um começo". No Congresso, o fim do 14º e do 15º também pode ser apenas um começo...
Fonte: Folha de S. Paulo
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