terça-feira, 5 de março de 2013

Eduardo: apoio da Força, ironia a Lula

Governador recebe aceno direto do deputado Paulinho, da Força Sindical, ao seu projeto presidencial. E nega, em tom de ironia, especulação sobre encontro com Lula

Débora Duque

Sob o pano de fundo da polêmica envolvendo a chamada "MP dos Portos", o governador Eduardo Campos (PSB) recebeu, em seu gabinete, o deputado federal e dirigente da Força Sindical, Paulo Pereira dos Santos (PDT). Além de selar uma aliança para pressionar a presidente Dilma Rousseff (PT) a promover alterações no texto original da MP (leia em Economia), o encontro serviu para que "Paulinho da Força", como é conhecido, acenasse favoravelmente ao projeto presidencial de Eduardo.

O pedetista negou que o assunto tenha sido tratado durante a reunião, mas não poupou elogios ao governador. "Acho importante que ele se coloque como candidato, mas não conversamos sobre isso. Eduardo Campos é uma pessoa que trabalhou e mostrou que tem capacidade. É governador pela segunda vez, elegeu prefeito e tem prestígio no Nordeste todo", disse, na saída do encontro. Embora seu partido, o PDT, permaneça da base de apoio do governo federal, Paulinho tem feito um discurso de oposição. Ele disse que, ao contrário de Dilma, não tenta antecipar a campanha eleitoral.

Apesar do gesto, Eduardo também procurou afastar a conotação política da reunião. Sustentou que a pauta centrou-se no debate sobre a MP dos Portos que, segundo ele, não pode ser "eleitoralizado". Mas, em sinal de sintonia com a entidade liderada por Paulinho, recebeu uma camisa da Força Sindical como presente. Por ser contrário à aprovação da MP da forma como está redigida, Eduardo atraiu a simpatia de setores do movimento sindical.

A relação com essa categoria foi considerada pelo próprio vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, como "calcanhar de Aquiles" do partido. Ontem, o governador foi convidado para participar da abertura de um evento que será promovido pela "Força", em São Paulo, no dia 25 de março. "Não se trata de palanque. É uma reunião de uma central sindical que me fez um convite como fez a outras lideranças para falar sobre a conjuntura brasileira", minimizou.

Lula

Cercado pelo clima de animosidade que se instaurou entre PT e do PSB, o governador ainda soltou ontem "elogios" ao ex-presidente Lula (PT) e disse, em tom de ironia, que seria "um prazer" conversar com o petista. O socialista insinuou que os rumores de que teria sido agendada - para hoje - uma reunião entre os dois teriam sido plantados. "Tem que perguntar às pessoas que botaram isso na imprensa. Não existe nada acertado. Se for marcada, eu irei", disse para, em seguida, completar: "É sempre um prazer conversar com o presidente Lula, pela experiência que tem, pela pessoa que é, pelo que fez pelo Brasil e por Pernambuco e pela ligação que nós temos, mas não há nada marcado".

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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