Nas últimas semanas, o ex-presidente Lula retomou, com força, as articulações políticas com o objetivo de fortalecer a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição, em 2014.
No último dia 28, Lula participou do seminário realizado em Fortaleza(CE) em comemoração aos dez anos do PT no poder. Ao longo de março, ele visitará mais cinco cidades: Cuiabá (MT), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), São José dos Campos (SP) e Porto Alegre (RS).
O principal objetivo de Lula na semana passada foi estimular uma divisão no PSB para enfraquecer a pré-candidatura do governador Eduardo Campos (PE) ao Palácio do Planalto e tirá-lo do tabuleiro da próxima sucessão presidencial.
A ação do ex-presidente ocorreu por meio de uma aproximação com o ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes e o governador Cid Gomes. Segundo o blog do Josias, o ex-ministro teria dito que "Eduardo não tem estrada ainda. Não conhece o Brasil".
O governador do Ceará, por sua vez, além de criticar Eduardo Campos, defendeu que o PSB indique o candidato a vice-presidente na chapa de Dilma.
Embora a influência dos irmãos Gomes seja limitada ao Ceará, a estratégia de Lula é fortalecer o relacionamento político com eles para aproximá-los ainda mais do PT e criar obstáculos para Campos dentro do PSB.
Aliás, não foi por acaso que Cid foi convidado e esteve presente no seminário do PT, em Fortaleza. A presença mais efetiva de Lula na articulação política é importante não só para tentar tirar Campos do jogo, mas também para evitar problemas na aliança PT e PMDB no Rio de Janeiro (RJ).
Trabalhando para tornar competitiva a pré-candidatura do vice-governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), ao Palácio Guanabara, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), deseja que o ex-presidente convença o senador Lindberg Faria (PT) a desistir de sua candidatura a governador.
A presidente Dilma, por sua vez, também se movimenta politicamente. Ainda na semana passada, participou de um jantar com a cúpula do PMDB nacional em que estiveram presentes o vice-presidente da República, Michel Temer e o senador José Sarney.
Os gestos positivos da presidente em direção ao PMDB vão além. Especula-se que o deputado federal Leonardo Quintão (PMDB-MG) será escolhido ministro.
A presença de Dilma no jantar da cúpula peemedebista e também a possível escolha de Leonardo Quintão como ministro, além do apoio dado pelo PT a Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Renan Calheiros (PMDB-AL) nas recentes disputas para as presidências da Câmara e do Senado, são sinalizações por parte do Palácio do Planalto de que o PMDB é seu aliado preferencial para 2014.
Além de maior aproximação com o PMDB, é possível que Dilma contemple o PSD na reforma ministerial, traga o PR de volta para a base aliada e melhore o relacionamento com o PDT, através da substituição do ministro do Trabalho, Brizola Neto, que é adversário interno do grupo pedetista liderado pelo ex-ministro Carlos Lupi e que controla a bancada do partido na Câmara.
Murillo de Aragão é cientista político e presidente da Arko Advice Pesquisas
Fonte: Brasil Econômico
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