Para "El País", protestos são alarme num país em que o povo não vai às ruas
Os confrontos entre polícia e manifestantes que protestam contra o aumento das passagens do transporte público chamaram a atenção da imprensa internacional. O jornal espanhol "El País" relata que um Brasil pouco acostumado a ir às ruas protestar se levantou nas principais cidades do país. Afirma ainda que ônibus foram queimados e, em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad e o governador Geraldo Alckmin têm sido duros com os manifestantes e com os atos de vandalismo.
"As manifestações estão criando um alarme especial. Nem mesmo diante dos grandes escândalos de corrupção política, o povo nunca saiu às ruas", afirma o texto do jornal, divulgado anteontem. "Os preços dos transportes públicos no Brasil são muito altos em relação ao salário mínimo dos trabalhadores", explica o "El País" a seus leitores.
O jornal expõe ainda que as manifestações chegaram em um momento de crise na economia, com inflação alta, bolsa caindo e o dólar alcançando R$ 2,20. E ressalta a preocupação da presidente Dilma Rousseff com as manifestações.
A situação da economia brasileira foi externada em outros veículos, para contextualizar as manifestações contra os reajustes. O jornal inglês "Financial Times" disse que os protestos são um sinal de preocupação do Brasil com os preços. O "The Wall Street Journal" afirmou que a mais recente série de protestos no Brasil se tornou violenta e lembra que cresce a tensão com o desemprego no país.
Ao relatar o protesto de terça-feira em São Paulo, o jornal argentino "Clarín" informou ontem que os protestos em São Paulo tiveram seu momento mais violento, com 20 detidos, ônibus queimados, bombas de efeito moral, lixo e vidros estilhaçados pelas ruas. O jornal destaca ainda que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ordenou uma investigação sobre as manifestações.
Fonte: O Globo
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