Embora tenha dito que não leu a declaração da presidente Dilma Rousseff (PT) rechaçando os críticos da economia brasileira, o governador e potencial candidato ao Palácio do Planalto Eduardo Campos (PSB) - um dos que fazem "alertas" ao governo federal - cobrou respeito à liberdade de fazer sugestões e opinar sobre assuntos da conjuntura nacional.Ele classificou as críticas como naturais e negou conotação política ou eleitoral nas suas análises, ao ser questionado se seus questionamentos à economia não levam dificuldade ao governo. Defendeu, ainda, que o debate não seja "interditado".
"Não pode falar? Não pode sugerir? Você acha que é proibido a gente discutir? É proibido dar opinião ou sugerir como é que pode ser feito? Ao mesmo tempo, vamos ajudando, botando obras para gerar emprego e animar a economia", disse Eduardo, demonstrando impaciência, em entrevista após evento para anunciar investimentos na saúde do Recife.
O socialista observou que também fez sugestões durante a crise financeira mundial de 2009 ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - propôs, por exemplo, linhas de crédito para garantir investimentos públicos - e ressaltou que a própria equipe do governo federal e especialistas endossam suas avaliações sobre a economia.
Em meio a constantes guerras veladas pela paternidade de obras em Pernambuco - por parte dele e do governo federal -, o governador defendeu que a recuperação brasileira não vai ocorrer "na base da briga". "Nosso objetivo é ajudar o governo, não é atrapalhar", completou.
Esta semana, o socialista afirmou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) é "exemplo a ser seguido", ressaltando que, na campanha de 2002, o tucano convidou os candidatos a presidente da República para debater a conjuntura brasileira da época.
Eduardo retoma hoje sua agenda nacional. Oficialmente, no entanto, o compromisso será de caráter administrativo. Ele foi convidado a palestrar, às 11h, sobre seu modelo de gestão no evento Conexão Empresarial, que será realizado na cidade de Araxá, Minas Gerais. O governador aproveitará a ida à terra natal do senador Aécio Neves (PSDB) para conversar com lideranças locais e integrantes do PSB.
No segundo maior colégio eleitoral do País, ele encontra dificuldades para montar um palanque socialista que possa abrigá-lo numa eventual corrida à Presidência em 2014. O principal representante do PSB no Estado é prefeito Márcio Lacerda que, conforme é dito nos bastidores, é mais "aecista" do que "socialista".
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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