Erich Decat
A dois dias do início do Congresso do PPS em que pode ser apresentada uma indicação de apoio a um dos pré-candidatos à Presidência da República, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) partiu para o corpo-a-corpo em busca de apoio da legenda. O Congresso do PPS está previsto para ocorrer de sexta a domingo em São Paulo. O quadro interno da legenda é de racha. O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP) defende que um posicionamento seja tomado durante o evento.
Freire não esconde que prefere apoiar a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Segundo o deputado, conta com o apoio dos diretórios de São Paulo e Rio Grande do Sul. Aécio teria o apoio de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Já uma candidatura própria é defendida pelo Ceará e Paraná. Em meio a esse cenário, o secretário-geral do PPS, segundo na hierarquia do partido, deputado Rubens Bueno (PR) quer que uma posição só seja tomada apenas março do próximo ano.
Bueno organizou encontro de parte da bancada para receber uma "visita de cortesia" de Aécio na tarde desta quarta-feira. Freire não participou da reunião. Na saída, o tucano defendeu uma aliança com o partido socialista. "Vamos esperar que naturalmente o PPS tome a sua decisão sem qualquer tipo de pressão. Mas eu não podia deixar de expressar aqui a minha vontade pessoal para que nós possamos caminhar juntos", disse o senador.
"Tenho dito sempre que as afinidades entre o PSDB e o PPS são conhecidas e reconhecidas pelos brasileiros. Eu não perdi a oportunidade de vir aqui dizer da importância de nós estarmos mais uma vez juntos. Respeitarei qualquer decisão do PPS, mas a tradição de caminharmos juntos é longa e faz bem ao Brasil", acrescentou. Em seguida, Rubens Bueno se posicionou pelo adiamento de uma decisão por parte da cúpula do PPS. "Defendemos a tese que devemos tomar uma decisão no mês de março ou abril do ano que vem. Não é da tradição do partido tomar uma decisão no Congresso Nacional" afirmou.
Apesar de não ter participado do encontro, Freire rebateu a tese de Bueno. "Eu defendo que saia agora uma indicação até porque com isso o partido fica mais instrumentalizado para discutir inclusive as alianças. Evidentemente que você só vai decidir de forma concreta com as convenções eleitorais. Até lá tudo pode acontecer. Mas um indicativo é importante", afirmou.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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