quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Entrevista do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG)

Assuntos: reunião com parlamentares do PPS, nova agenda PSDB, eleições 2014, renúncia José Genoíno e mensalão PT.

Sobre o encontro com parlamentares do PPS.
Faço uma visita a um grande amigo, líder político extraordinário que é o deputado Rubens Bueno, ao lado do meu conterrâneo, o deputado Humberto Souto, o deputado Jordi, do Pará, e conversamos um pouco sobre o quadro político.

Os políticos devem fazer isso, conversar. E tenho dito sempre que as afinidades entre o PSDB e o PPS são conhecidas e reconhecidas pelos brasileiros. Obviamente o PPS terá suas instâncias de decisão. Decisão que será sempre democrática em relação às futuras eleições. Mas não perdi a oportunidade de vir aqui dizer da importância de estarmos, mais uma vez, juntos.

Respeitarei qualquer que seja a decisão do PPS, mas é longa a tradição de caminharmos juntos, e ela faz bem ao Brasil, vem fazendo bem à democracia.

Portanto, deixei aqui a minha palavra de apreço aos companheiros da bancada do PPS.

Nova agenda
Comuniquei ao líder Rubens Bueno e aos parlamentares que aqui estavam que o PSDB, nos próximos dias, apresenta à discussão da sociedade um conjunto de ações que consideramos essenciais para que o Brasil retome o crescimento sustentável, possa ter uma gestão do Estado mais eficiente do que a atual, restabeleça a credibilidade perdida dos investidores na nossa economia e permita políticas de superação da pobreza e não apenas de administração diária da pobreza, que me parece ser a prioridade daqueles que estão no governo.

Então, uma visita entre amigos e tenho muita esperança que nós, no que depender de mim logo, mas certamente, em algum momento vamos estar juntos para encerrarmos esse ciclo de governo do PT que tão mal vem fazendo ao Brasil, para podermos iniciar um outro onde ética e eficiência possam caminhar juntas. E ética e eficiência são as duas características que unem o PPS ao PSDB.

Sobre candidatura de governador Eduardo Campos nas eleições presidenciais.
Considero a presença do governador Eduardo Campos essencial a essa disputa. E não de agora, desde muito tempo. Tenho uma relação pessoal com o Eduardo que talvez ultrapasse mais de duas décadas, talvez chegando a três décadas. E acho que no momento em que figuras da expressão do Eduardo, da ex-ministra Marina, saem das hostes governistas e vêm militar no campo oposicionista, isso tem de ser saudado por nós como fortalecimento no campo oposicionista e uma sinalização clara de que este modelo de governo do PT, este ciclo de governo do PT está caminhando para seu final.

Tenho certeza que vamos encontrar, durante a campanha, muitas afinidades no nosso discurso. A condenação ao aparelhamento irresponsável da máquina pública, ao sucateamento das nossas empresas entregues à sanha de um partido político que abriu mão de ter um projeto de país, transformador como dizia ter, para se contentar em ter exclusivamente um projeto de poder. Queremos transparência absoluta na gestão das nossas contas. Tolerância zero com inflação. Portanto, o retorno e o fortalecimento das agências reguladoras como instrumentos de Estado.

Teremos o tema da refundação da Federação com o fortalecimento dos municípios e dos estados. São temas que nos permitirão um debate mais profundo nesta campanha eleitoral. Ao PT interessa esta dicotomia, interessa apenas esta polarização, esse nós contra eles, como se todos que apoiassem o governo fossem a favor do Brasil, e nós que questionamos o governo, que alertamos para o desgoverno que tomou conta do Brasil, não fossemos tão brasileiros como eles. Ao contrário, estamos tendo a coragem de não aceitar este governismo de cooptação, não é de coalizão, mas de cooptação que tomou conta do Brasil.

Sobre a renúncia de José Genoíno. Haverá impactos nas eleições em 2014?
Não vejo que impacto isso possa ter. Acho que esta questão eleitoral no que diz respeito ao mensalão já está aí precificada. Nós sequer faremos a campanha em cima desta questão. O que houve, a meu ver, foi a finalização, que ainda terá algumas etapas, mas caminha-se para seu final e o julgamento foi feito com base nas leis, o que tem de ser respeitado.

Não torço e nem me traz nenhuma alegria ao coração ver pessoas presas. Penso sempre no sofrimento das famílias, enfim, deles próprios, mas o que existiu foram crimes, segundo o Supremo Tribunal Federal, cometidos, a partir de provas apresentadas. Alguns foram condenados. Aqueles sobre os quais as provas não eram contundentes ou claras foram absolvidos. Agora, a questão clara que temos de dizer é que no Brasil de hoje, felizmente, pela luta de tantos brasileiros que nos trouxeram a democracia, não temos presos políticos, temos políticos presos.

Fonte: Portal do PSDB

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