PPS pode decidir nesta semana, em congresso do partido, se apoia candidato do PSDB ou do PSB à presidência da República
Líder do partido na Câmara defende que apoio seja confirmado apenas em março ou abril
Isabel Braga
BRASÍLIA - Ao reforçar nesta quarta-feira as afinidades entre PSDB e PPS, durante visita feita à liderança do partido na Câmara, o senador tucano Aécio Neves (MG) disse que espera ter o partido ao seu lado na disputa presidencial de 2014. O PPS fará um congresso da legenda neste final de semana e poderá definir já quem terá seu apoio - o PSDB de Aécio ou o PSB do presidenciável e governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Há quem defenda adiar a decisão para maio, quando o cenário político estiver definido. E os que defendem candidatura própria.
- Fiquei muito feliz com a forma carinhosa e amiga com que fui recebido aqui no PPS. Estarei andando pelo Brasil e dizendo sempre a verdade, que é a verdade deste instante: eu gostaria muito de ter o PPS ao nosso lado. Mas vamos aguardar a decisão do partido. As afinidades entre o PPS e o PSDB devem ser conhecidas. Ética e eficiência unem PPS e PSDB - disse Aécio, ao deixar o encontro.
O tucano foi recebido pelo líder do PPS, Rubens Bueno (PR), e pelos deputados Arnaldo Jordy (PA), Stepan Nercessian (RJ) e Humberto Souto (MG). O presidente do PPS, Roberto Freire (SP), que defende o apoio da legenda a Eduardo Campos, não participou. Ele chegou ao local depois que Aécio já tinha saída e justificou que estava participando da comissão que ouvia o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Segundo Freire, há diretórios que já aprovaram o apoio a Aécio, como o de Minas Gerais e do Rio e os de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que fecharam com Eduardo Campos. Freire defende que a decisão de quem apoiar seja tomada já neste final de semana:
- Quem vai decidir é o congresso, vai depender do humor do congresso, é esse congresso que vai ordenar tudo isso. Defendo que saia agora a definição, o partido fica mais instrumentalizado para discutir. O indicativo é importante para que não fique imobilizado e nem sofra assédios.
O líder Rubens Bueno, no entanto, defende o adiamento da decisão:
- Defendemos a tese de que a decisão seja tomada em março, abril, quando poderemos ter mais clareza do quadro político. Nosso objetivo é um só: derrotar o governo do PT.
Rubens Bueno comentou que na última sexta-feira, Eduardo Campos esteve no diretório estadual do PPS no Paraná. Segundo Freire, o diretório do Paraná tem indicativo para apoiar candidatura própria. No estado, o partido deverá apoiar o tucano Beto Richa para o governo.
Aécio voltou a dizer que a presença de Campos na disputa é muito importante e que muitos temas aproximam os dois candidatos, como a refundação da federação.
- Ao PT interessa essa dicotomia, essa polarização, nós contra eles. Como se os que apoiassem o governo fossem a favor do Brasil e nós, que questionamos o governo, que alertamos para o desgoverno que tomou conta do Brasil, não fôssemos tão brasileiros quanto eles. Ao contrário, não aceitamos esse governismo de cooptação que tomou conta do Brasil.
O deputado Humberto Souto defende que o PPS indique Freire como candidato a vice-presidente na chapa presidencial e fez a proposta a Aécio no encontro desta quarta-feira. Segundo Souto, que defende que o PPS marche com o PSDB, a proposta deve ser feita também ao PSB.
- O Freire é um nome nacional, íntegro. Aécio disse que está aberto a discutir isso, que não tem compromisso com ninguém. O que defendo é que o PPS lance o vice na chapa do PSDB ou PPS - disse Souto.
Aécio Neves disse não acreditar que a renúncia, neste momento, de Genoino, provoque impacto na eleição de 2014. E afirmou que não existem presos políticos no Brasil, mas políticos presos.
- Não vejo que impacto a renúncia do Genoíno agora possa ter. O mensalão já está precificado. Não torço, não me traz alegria ao coração ver pessoas presas. Mas é importante dizer que no Brasil, não temos presos políticos, mas políticos presos.
Fonte: O Globo
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