Marina Dias
SÃO PAULO - Preterido pelo PPS, que anunciou indicativo de apoio à candidatura presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), Aécio Neves (PSDB) decidiu apostar suas fichas na rebeldia da base governista após a reforma ministerial prometida pela presidente Dilma para o início de 2014.
O senador mineiro, provável candidato tucano ao Planalto, acredita que partidos como PTB, PP, PR e PDT (que têm ou já tiveram alianças com o PSDB nos Estados) podem sair insatisfeitos da reformulação na Esplanada dos Ministérios. Dessa forma, seriam alvos possíveis para compor sua chapa. Até o momento, Aécio já tem o apoio do DEM e do Solidariedade à sua candidatura.
A estratégia de Aécio até o final de fevereiro será viajar pelo país para chancelar sua candidatura em todos os diretórios estaduais do PSDB. Em março, haverá um ato com a presença do ex-governador José Serra para oficializar a candidatura do mineiro.
Em abril, Aécio irá procurar pessoalmente siglas da base da presidente Dilma que possam ter ficado insatisfeitas com a minirreforma ministerial. O mineiro não espera que partidos aliados desembarquem do governo antes de abril e por isso vai esperar para iniciar as conversas.
O PV, no entanto, será um dos focos de negociação do tucano ainda este ano. Aécio já se reuniu algumas vezes com o presidente do PV, José Luiz Penna, que publicamente defende candidatura própria.
"Vamos aguardar abril para abordar partidos da base do governo federal. Mas por enquanto podemos intensificar as conversas com o PV, que é de oposição", diz o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG).
O anúncio do PPS em favor de Campos não agradou Aécio, que investiu pessoalmente para que a sigla não declarasse esse apoio no último fim de semana, em São Paulo. Mas a decisão da legenda tem efeito mais simbólico do que prático: com apenas sete deputados federais, o PPS só agrega 16 segundos no horário eleitoral na TV.
Fonte: Folha de S. Paulo
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