Depois de jantarem domingo, no Rio, o senador Aécio Neves (PSDB) disse que ele e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), falarão a mesma língua na campanha à Presidência. O enfoque comum, adiantou Aécio, serão os erros do governo do PT, sobretudo na política econômica. (Págs. 1 e 3)
Jantar à luz das eleições
Pré-candidatos ao Palácio do Planalto, Aécio e Eduardo Campos se reúnem em restaurante no Rio. Senador tucano elogia o governador pernambucano e volta a atacar gestão de Dilma
Juliana Cipriani
Aécio e Eduardo Campos na saída do restaurante, em Ipanema. Tucano diz que é "saudável" a presença do governador na disputa
O senador Aécio Neves (PSDB/MG), pré-candidato à Presidência da República, afirmou ontem que ele e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que também concorre ao Palácio do Planalto, falarão a mesma língua na campanha. Os dois jantaram na noite de domingo no Rio de Janeiro, em um restaurante em Ipanema, na Zona Sul da cidade. "Vamos falar dos mesmos temas. Se será a mesma abordagem o tempo é que vai dizer", afirmou Aécio, que ontem teve agenda em Florianópolis (SC) participando de encontro com empresários e, na sequência, com lideranças políticas.
Aécio disse que tem conversado muito com Eduardo Campos e que lhe dá novamente as "boas-vindas" ao campo de oposição. O tucano afirmou considerar "saudável" a presença do governador na disputa e elogiou o concorrente. "O Eduardo é um gestor qualificado, aquilo que não vejo no plano federal. Não vejo na presidente da República nenhuma característica de boa gestora", afirmou, lembrando o que chamou de "crescimento pífio".
Para Aécio, o enfoque comum das duas campanhas serão os erros do governo do PT. "Estamos percebendo a fragilidade da condução da política econômica, esse desaquecimento brasileiro. Vamos crescer mais apenas do que a Venezuela este ano na América do Sul. Ninguém me convence que isso é normal", disse. Depois de se encontrar com o empresariado em Florianópolis, na Federação das Indústrias de Santa Catarina, Aécio afirmou que não disputa com Eduardo Campos a preferência desse segmento. Segundo ele, ambos estão preocupados com questões como o pleno emprego e terão diálogo com o setor produtivo.
"É um discurso muito fácil para nós e há uma visão convergente, uma preocupação convergente entre o que pensamos e o que setor produtivo, que emprega, que gera renda, apresenta também como sugestões", afirmou. Segundo Aécio, é preciso superar a ideia de que a oposição seria contra o Brasil, mensagem que ele credita ao PT ter passado aos brasileiros. "É exatamente a crítica que nós fazemos ao governo que vai nos permitir encontrar para o Brasil um caminho de desenvolvimento maior", afirmou.
Para Aécio, há um sentimento de mudança na sociedade e cabe um discurso para capitalizar isso. O senador disse que as oposições cresceram. "E quem for para o segundo turno com a atual presidente da República, se é que ela vai, pode se preparar para vencer as eleições", disse.
PPS O encontro ente Aécio e Campos ocorreu no dia seguinte ao PPS indicar que apoiará o pernambucano nas eleições de outubro. O partido já havia flertado também com a ex-senadora Marina Silva, que depois de ter o registro da legenda que ela idealizava negado pela Justiça Eleitoral, se uniu a Eduardo Campos. O PPS estava dividido entre as duas candidaturas de oposição.
Eduardo Campos afirmou que seu encontro com Aécio foi "casual". O governador de Pernambuco disse ter ido ao Rio gravar um programa do PSB naquele estado e que, como só poderia voltar ontem do Recife, foi jantar perto do hotel. "Lá encontrei Aécio, que tinha ido jantar. Aí sentamos à mesa, conversamos um pouco, tomamos um café". Campos disse considerar "muito importante" a indicação do PPS de apoiá-lo. Segundo ele, o partido vai ajudar na formação de um programa de governo.
Fonte: Estado de Minas
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