domingo, 18 de maio de 2014

Brasília-DF - Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

Arlindo troca tudo
Está uma guerra de foice no escuro dentro do PT. Tudo porque o novo vice-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), demitiu todos os assessores da primeira vice-presidência da Casa que trabalhavam com o antecessor, André Vargas (sem partido-PR). Arlindo não o fez por qualquer desconfiança em relação aos servidores petistas, mas por precaução e muito zelo. Sabe como é, leitor, o tal do "vai que...". Como comentavam ontem alguns petistas ligados a Arlindo, "vai que algum servidor teve um contato mínimo que seja com o doleiro Alberto Youssef. Até que se explicasse que não foi bem assim, a confusão já estava criada". E, diante desse período em que tudo vira motivo de desgaste para a imagem do partido, Arlindo quer proteger a legenda. A turma que sempre defendeu Vargas dentro do PT não gostou.

A carta de 2014
Diante da campanha do PT de que a oposição não honrará os programas sociais, os oposicionistas começam a trabalhar o lançamento de uma espécie de "carta social aos brasileiros", algo parecido com aquela que o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva editou em 2002 para dizer que, se eleito, não faria malabarismos com a estabilidade econômica, conquistada a partir do Plano Real. Por enquanto, eles tratam apenas como uma ideia. No caso de Lula, deu certo.

Prefeitos ou governadores?
Durou pouco a alegria do deputado Danilo Forte (PMDB-CE) como relator da Proposta de Emenda à Constituição 406, a PEC que aumenta os repasses de verbas do ICMS para os municípios. Dia desses, o deputado José Guimarães (PT-CE), adversário de Danilo no estado, avisou ao peemedebista que essa PEC não terá apoio do governo federal nem dos governadores. Danilo duvida: "Quero ver quem ficará contra prefeito em ano eleitoral".

Por falar em PMDB...
A ala jovem que promove o afastamento do governo Dilma Rousseff avisa que vai continuar balançando a aliança no sentido de deixar o partido livre de amarras. O argumento é que só Michel Temer tem a vice, e o partido não tem mais nada. A briga entre senadores e deputados será grande daqui até 10 de junho, data da convenção nacional que definirá o caminho do PMDB na eleição deste ano. A aposta geral: Dilma ganha o tempo de tevê, mas não leva o partido.

Convers@ de Domingo
O ministro do Turismo, Vinícius Lage, fala sobre as manifestações e a Copa. Confira no site www.correiobraziliense.com.br.

Herança disputada
Os parlamentares estão irados com a demora do governo em liberar as emendas individuais dentro da proposta de orçamento impositivo, em especial, os suplentes daqueles que, no ano passado, apresentaram emendas, mas não estão mais por ali para pressionar pela liberação do recursos. Agora, para tentar tirar qualquer dúvida, vem aí uma resolução do Congresso para dizer que os suplentes terão direito a herdar as emendas daqueles que faleceram ou perderam o mandato, caso dos mensaleiros.

CURTIDAS
Tem um camping aí?/ Nem só os hotéis preocupam as autoridades brasileiras e estrangeiras neste período pré-Copa. O embaixador do Chile, Jaime Gazmuri (foto), por exemplo, procurou o Ministério do Turismo para saber dos campings para cerca de 3 mil chilenos que se preparam para acompanhar os jogos no Brasil. A maioria vem de carro ou de ônibus, e o destino mais próximo é Cuiabá. O governo garante que não terá dificuldades em resolver.

Virou fã/ A presidente Dilma Rousseff gostou tanto do texto do jornalista Lyra Neto nos dois livros já publicados com a biografia de Getúlio que partiu para ler a de Padre Cícero, do mesmo autor. "Ali, a gente entende a admiração do povo pelo padre e um pouco mais da história da região", disse a presidente a políticos nordestinos.

Tucanos e socialistas/ Durou pouco o tempo de amizade eterna entre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-governador Eduardo Campos (PSB-PE). Foi só o tucano começar a subir mais para o socialista passar a atacar o PSDB.

Skaf, a noiva/ O PMDB ri à toa, apesar das preocupações de Michel Temer. Tudo porque Paulo Skaf entrou na disputa para governador de São Paulo como um azarão que não decolaria e nem apareceria. Hoje, por incrível que pareça, todo mundo se aproxima dele. Do PSD de Gilberto Kassab ao PSB de Eduardo Campos. O que não se veem são partidos dispostos a seguir com Alexandre Padilha (PT). Sinal de que, até aqui, o petista ainda não disse muito a que veio. Resta saber o que ocorrerá na hora do jogo, ou seja, depois da Copa.

Aliás.../ Em política, todo mundo agora só se refere ao "depois da Copa". A pausa para os jogos, tudo indica, começou mais cedo.

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