• Enquanto PTB, PROS, PP e PDT deram menos votos que de costume, PMDB mostrou maior alta no apoio ao Planalto
Daniel Bramatti e Rodrigo Brugarelli - O Estado de S. Paulo
Entre os principais partidos da Câmara, a taxa de governismo do PMDB foi a que mais subiu durante a votação do pacote de ajuste fiscal pela Câmara dos Deputados, na semana passada. Outros quatro partidos da base de apoio à presidente Dilma Rousseff, porém, foram menos fiéis do que de costume.
No momento em que Dilma mais precisou de apoio parlamentar desde o início do segundo mandato, PTB, PROS, PP e PDT registraram taxa de governismo inferior às suas próprias médias. Desses, só o PROS não ocupa um ministério – o ex-governador Cid Gomes deixou a pasta da Educação em março.
O levantamento, feito com dados do Basômetro – ferramenta do Estadão Dados que mede o comportamento dos parlamentares em votações –, levou em consideração não só a posição dos deputados em relação ao texto principal da medida provisória que mudou as regras do seguro-desemprego, mas também nas votações de emendas, requerimentos e destaques. No total, os parlamentares foram chamados a votar 16 vezes nas sessões de terça e quarta-feira.
Desempenho. Nessas votações, a taxa de governismo do PMDB chegou a 81,4% – valor que representa a média das ocasiões em que os deputados do partido seguiram a orientação do líder do governo na Câmara ao votar. Do início do ano até antes da análise do ajuste fiscal, a taxa dos peemedebistas estava em apenas 59,2%.
No PT, partido de Dilma, o governismo subiu de 92,5% para 97%, considerados apenas os votos dos deputados presentes às sessões – nove não apareceram para votar a medida provisória, o que levou o PMDB a acusar os petistas de cumprir “apenas 80%” do acordo de apoiar em bloco a proposta do Planalto.
O PSD – cujo principal líder, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, ocupa o Ministério das Cidades – também respondeu às pressões do Executivo e aumentou sua taxa de governismo de 68,6% para 83,6%.
Entre os que fraquejaram no apoio, a maior reviravolta foi protagonizada pelo PDT. Até o início da semana passada, sua taxa de governismo estava em 60,7% e era superior à do PMDB, mas caiu para 29,5%. O partido decidiu fechar questão contra as mudanças no seguro-desemprego, e todos os 19 deputados pedetistas votaram contra o Planalto no texto-base da MP. Em apenas uma das 16 votações do pacote, que resultou na derrubada de uma emenda, houve confluência entre pedetistas e os demais governistas.
O ambiente de polarização também fez com que a oposição mudasse seus padrões de votação. No PSDB, a taxa de governismo caiu de 37,8% para 10,8%. No PSB, de 58,3% para 25,1%. A exceção foi o DEM, cuja taxa variou pouco, de 41,6% para 37,3%.
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