- Valor Econômico
BRASÍLIA - Em discurso carregado de expressões como "golpe" e "injustiça", a presidente afastada Dilma Rousseff disse ontem, no plenário do Senado, que cassar seu mandato é condená-la a uma "pena de morte política". E adiantou que, se seu afastamento for decidido com base nas duas acusações que lhe foram feitas - a edição de decretos de suplementação orçamentária e o atraso no pagamento dos subsídios do crédito rural - irá ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão.
"A hora que julgarem e condenarem uma presidenta inocente, sem crime de responsabilidade, é um golpe integral. Eu não recorro ao Supremo Tribunal Federal agora porque não esgotei essa instância (do Senado)", afirmou.
Os advogados da presidente indicaram que, provavelmente, o recurso utilizado será um mandado de segurança, tipo de ação que já foi usada outras vezes pelo ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao longo da tramitação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados. Nesse caso, o provável recurso seria relatado por um dos dez ministros do Supremo, escolhido por sorteio. O presidente do STF e do julgamento no Senado, Ricardo Lewandowski, deve ser excluído da distribuição.
Em seu depoimento, Dilma disse ter a consciência tranquila, pois tem convicção de que não praticou crime de responsabilidade. "As acusações dirigidas contra mim são injustas e descabidas".
O discurso de Dilma foi acompanhado por um plenário tomado não só pelos senadores, mas também por deputados e convidados, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda, ex-ministros, como Jacques Wagner e Míriam Belchior, e apoiadores políticos.
Dilma: "Cassar em definitivo meu mandato é como me submeter a uma pena de morte política
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