• Dinheiro recuperado pela força-tarefa servirá para pagar dívidas da estatal
Rafael Martins - O Globo
CURITIBA - A força-tarefa da Lava-Jato devolveu ontem R$ 204 milhões aos cofres da Petrobras, dinheiro que havia sido desviado por corrupção. O dinheiro foi recuperado por meio de acordos de colaboração feitos pela força-tarefa com pessoas físicas e jurídicas. Os recursos estavam depositados na conta judicial da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba e foram transferidos para a estatal anteontem.
O presidente da estatal, Pedro Parente, disse que o dinheiro será usado para amortizar as dívidas da companhia. Segundo ele, a empresa deve US$ 132 bilhões, e R$ 6 bilhões foram causados diretamente pela corrupção. Parente usou tanto dólares quanto reais para falar das dívidas.
A quantia é parte do dinheiro devolvido por investigados em 21 acordos feitos com a forçatarefa: 18 de delação premiada (pessoas físicas) e três de leniência (pessoas jurídicas).
Segundo a procuradora-chefe do Ministério Público Federal no Paraná, Paula Cristina Conti Thá, a devolução foi “a maior já feita pela Justiça Penal na História do país”.
Essa é a terceira devolução de recursos à Petrobras em dois anos e meio de operação — nas primeiras, a estatal recebeu R$ 157 milhões e R$ 139 milhões. Ao todo, a Lava-Jato recuperou mais de meio bilhão de reais. A maior parte do dinheiro veio do acordo firmado com o lobista Hamylton Pinheiro Padilha Junior, preso na 15ª fase da Lava-Jato e apontado como operador do ex-diretor Jorge Zelada: R$ 56,4 milhões. O ex-gerente de Serviços Pedro Barusco entregou R$ 41,5 milhões.
A empreiteira Camargo Corrêa e nomes como o empresário Milton Pascowitch e Ricardo Pessoa também estão entre os que devolveram dinheiro aos cofres da Petrobras. Em junho deste ano, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki determinou que R$ 79 milhões devolvidos pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa fossem entregues à empresa.
A primeira devolução da Lava-Jato à Petrobras foi feita em maio de 2015: R$ 157 milhões recuperados por meio de acordo de colaboração com Pedro Barusco. Na segunda, em julho de 2015, foram R$ 139 milhões, dos quais R$ 70 milhões desviados pelo ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e R$ 69 milhões de Barusco, de contratos com a offshore holandesa SBM, fornecedora de navios-plataforma.
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