O primeiro e mais grave, verdadeira tragédia nacional, e o
desempenho de nosso sistema educacional. A qualidade da educação é quase tudo.
Repercute no padrão de convivência social e na cidadania, na produtividade e no
emprego, na inovação, na saúde, na segurança e no grau e consistência da
participação política. Pois é, saiu o IDEB/2024 (Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica). Atingimos apenas uma das três metas. Mal, mal, recuperamos os
níveis pre-pandemia nos anos iniciais do ensino fundamental e tivemos
retrocessos no ensino médio. Apenas Goiás, Pernambuco e Piauí, cumpriram os
objetivos programados em relação ao ensino médio, porta de entrada dos jovens
na vida adulta e no mercado de trabalho. A meninada não consegue somar 25 e 50
centavos ou fazer conta de duplicar ou triplicar. E não serão planos nacionais
de educação cheio de boas intenções e palavras bonitas ou normas emanadas de
Brasília que mudarão este quadro.
Fiquei desalentado quando li, num artigo do economista Samuel
Pessoa, que na avaliação internacional do ensino (PISA) os 10% piores alunos
vietnamitas estavam à frente dos 10% melhores brasileiros. O IDEB/2024 mostrou
que não estamos virando o jogo. Desse jeito, o Vietnã ultrapassará o Brasil em
renda per capita. Essa é a maior derrota da Nova República. Gol contra. 4 x 1.
O segundo “Calcanhar de Aquiles” é a expansão inacreditável,
a sofisticação surpreendente e o enraizamento social do crime organizado.
Criminalidade sempre houve. Mas não há motivos para comemorarmos uma trajetória
que derivou no estabelecimento de um verdadeiro Estado paralelo por
organizações como o PCC ou o Comando Vermelho. E não parece que sabemos bem
como enfrentar esse enorme desafio. Fomos temporariamente derrotados. 4 x 2.
Outra lacuna difícil de engolir foi o atraso nos
investimentos na infraestrutura urbana, essenciais para elevar o padrão de vida
da população, principalmente a de baixa renda. Cerca de 15,8% da população, ou
sejam 32 milhões de brasileiros, não têm água tratada (SNIS/2022). Em pleno
século XXI, 90 milhões de pessoas no Brasil não têm coleta de esgoto (44,5% da
população). Os números das regiões Norte e Nordeste, neste quesito, são de
indignar um cristão. Mas, pelo menos, o novo Marco do Saneamento está virando o
jogo, chamando a iniciativa privada a participar da universalização dos
serviços de saneamento. O quadro do transporte coletivo e da mobilidade urbana
não é diferente. As grandes metrópoles não investiram em redes eficientes de
metrô e a ineficiência do sistema estimula o uso do transporte individual, desorganizando
as cidades. Pena, 4 x 3.
Infelizmente, este jogo ainda não acabou.
Um comentário:
A privatização dos serviços públicos, de toda ordem, transportes, iluminação pública e distribuição de energia, abastecimento de água e saneamentos promoveu a precarização de.todos eles.
Os profissionais que ali travavam, que tinham qualificação profissional foram todos demitidos. Seus postos de trabalho, não todos, foram ocupados por pessoa não preparadas e todos os investimentos foram cancelados. Caso exemplar é o da rodovia 040, que foi abandonada recentemente pela concessionária que recolheu por décadas, pedagio estabelecido para manutenção e duplicação de trechos da estrada. Siplismente abandonou sem nada fazer.
A precarização das escolas públicas tem obrigado a classe média a pagar escolas privadas que se prestam a cumprir o programa mínimo.
As pessoas morrem sem atendimento as portas dos hospitais público, programas de vacinação foram suprimidos.
O transporte público foi precarizado. As populações são obrigadas a buscar veículos particulares, entupindo as vias
Saneamento é cisterna e fossa.
Essa é a herança do neo liberalismo
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