Folha de S. Paulo
Eleitor saturado com Marçal e consolidação de
voto ajudam prefeito em momento de contagem regressiva
O quadro de estabilidade captado pela nova pesquisa do Datafolha dá
vantagem a Ricardo Nunes (MDB)
nesta etapa da eleição de São Paulo.
Sem sair do lugar e sem produzir muita empolgação, o prefeito ganha favoritismo
num momento de contagem regressiva do primeiro turno e menos de um mês depois
de ver sua campanha em xeque.
Três pontos da pesquisa são positivos para Nunes. O primeiro é a consolidação progressiva de seu eleitorado na faixa dos 27%, que seriam suficientes para levá-lo ao segundo turno. O percentual de apoiadores do prefeito que dizem estar totalmente decididos subiu e chegou a 65%. Para comparação, o idolatrado Pablo Marçal (PRTB) tem 71% de eleitores convictos.
O segundo ponto é o sinal crescente de
saturação do eleitor paulistano com o ex-coach, que se acotovela com Nunes numa
disputa pelos votos da direita. Marçal parou de crescer há quatro semanas,
mas sua rejeição
segue uma trajetória de alta que leva esse índice a 47%.
As provocações de Marçal, a cadeirada em rede
nacional e sua reação errática não foram
suficientes para afastar eleitores fiéis, mas parecem ter
contribuído para manter a curva de imagem negativa do ex-coach. Aos poucos,
esse número reduz as chances de um segundo fôlego para o candidato do PRTB, que
passa a representar uma ameaça menor aos territórios ocupados pelo prefeito.
As projeções para o segundo turno formam o
terceiro tópico favorável a Nunes. O prefeito se beneficia menos das qualidades
de sua campanha e mais da rejeição enfrentada pelos dois potenciais rivais. Na
passagem do primeiro para o segundo turno, Nunes herda uma maioria
Até mesmo a simulação de confronto direto
entre Boulos e Marçal ajuda Nunes. A confirmação de um cenário de vitória do
candidato do PSOL,
agora com vantagem de 14 pontos, reforça os apelos do prefeito para manter
eleitores de direita afastados do ex-coach ainda no primeiro turno.
A pesquisa volta a desenhar um embate entre
Nunes e Boulos, com o prefeito chegando à etapa final em vantagem. Pela
primeira vez desde o início de agosto, os dois se descolaram de Marçal. O
candidato do PSOL ganha um respiro, mas sua estagnação na corrida, sem
conseguir avanços no eleitorado de Lula, torna sua missão cada vez mais
difícil.
7 comentários:
Falando em sem empolgar, lembrando de uma eleição americana entre Al Gore X Bush.
Depois de um dos debates, perguntei a um amigo o que ele tinha achado. Ele respondeu-me que achava o Al Gore " sem graça " e que " não tinha carisma ". E eu pensando: " Porra! O cara ( Al Gore ) é instruído, educado, tem boa argumentação e o que os caras querem mais? Além de tudo isso, que ele seja um showman ? "
Óbvio que não vou comparar Gore com Nunes, mas acho, acho, que estamos ficando mal acostumados.
Na sociedade do espetáculo e das redes, para o sujeito não basta o candidato ser viável, ele tem que ser, também, um instrumento de diversão. A boa candidata " Chatábata " que o diga. Um caso de candidata que, caso fosse ao segundo turno, derrotaria alguns dos favoritos de ocasião, mas que não emplaca por, entre outros motivos, ser um suposto " picolé de chuchu ". Enfim.
Aaaaahhhhhh...
Lembrando de um dos quadros do Agildo Ribeiro, não vou pagar de advogado de candidatos que sejam verdadeiras " múmias paralíticas ". Não é o caso.
Em sentido oposto, candidatos como o tal " Lamarçal " foram colocados pelo eleitorado, ao menos por enquanto, no seu devido lugar.
( Pronto. Parei. )
Lembro bem do ''múmia paralítica'',rs.
Tenho dúvida se os eleitores preferem (e votam em) competência legislativa/administrativa (pra vereadores/deputados/senadores e chefes do Executivo, respectivamente) ou marketing político desenvolvido por assessores pro candidato que os contratou e tem grana pra isso. Acho que só competência não é suficiente pra ter os votos necessários!
A humanidade é eternamente insatisfeita. Sempre queremos mais! Inclusive dos políticos, que nunca nos satisfazem.
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