Folha de S. Paulo
Jogando quase parado, Lula lucra com
incompetência e desvario da extrema direita
A mudança no Marco Civil da Internet, estabelecendo que as redes sociais
daqui para frente terão a obrigação de remover conteúdos ilegais, implica em
perder dinheiro. O prejuízo na conta dos plutocratas da tecnologia é a
principal razão para o ardil de Trump, que busca atingir o STF com
chantagens e retaliações ao país. De lambuja, age para salvar Bolsonaro, um
colega golpista.
Garoto-propaganda do "America First", Eduardo Bolsonaro tem duas missões: trabalhar pela sua candidatura à Presidência e culpar Alexandre de Moraes pelo tarifaço. Mais até do que a Lula, que tem sido poupado das pancadas.
A mão grande das big techs pesa na
investigação aberta pelos Estados
Unidos sobre práticas comerciais brasileiras. Sobrou para o Pix, uma paixão
nacional que revolucionou o sistema bancário, movimentando R$
26,455 trilhões em transferências no ano passado e botando no chinelo modelos
de pagamento como Google Pay, Apple Pay, WhatsApp Pay e cartões de crédito.
De um dia para o outro, o Pix, através do
qual o ex-presidente embolsou R$ 17 milhões doados por apoiadores, virou um
instrumento do mal a serviço do ditador Xandão. Quem lucra hoje com o delírio é
Lula. Sem maiores esforços, jogando quase parado, vê subir sua popularidade.
Não é só sorte, é incompetência alheia. As pesquisas mostram que a maior parte
da população considera que Trump está errado ao impor o tarifaço e acreditar
que há perseguição política a Bolsonaro.
E dizer que o capitão não fazia ideia do que
era o Pix (depois inventou ter sido o pai da criança). O desconhecimento está
registrado para a história num vídeo de 2020, gravado no cercadinho em frente
ao Palácio da Alvorada.
Um integrante da claque levantou a bola:
"Parabéns pelo Pix aí, presidente!". Vacilante, Bolsonaro deu uma
resposta sem sentido e acabou metendo na conversa o então ministro da
Infraestrutura, Tarcísio de Freitas: "O Tarcísio vai desregulamentar tudo
sobre aviação civil". O apoiador teve de esclarecer: "Não, é do Banco
Central, para pagamentos".
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