Fernando Exman e Raymundo Costa
BRASÍLIA - As articulações em torno da sucessão de Marcio Pochmann na presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) crescem, à medida em que aumenta a proximidade do fim do prazo para a desincompatibilização dos políticos que disputarão as eleições municipais de outubro e ocupam cargos de direção na máquina pública. Pochmann será o candidato do PT à Prefeitura de Campinas, e espera emplacar um sucessor. O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Moreira Franco (PMDB), também trabalha para influenciar a troca. A negociação para a formação das alianças eleitorais no município paulista deverá pautar as conversas sobre a substituição de Pochmann, num lance em que o PMDB poderá apoiar o petista para obter maior margem de negociação na definição do novo presidente do Ipea.
O PT negocia alianças com PMDB e PSB para tentar reconquistar a prefeitura de um dos maiores colégios eleitorais do Estado de São Paulo, município que tenta se recuperar de uma longa crise política que derrubou o prefeito e seu vice devido a denúncias de irregularidades. Até agora, acordo algum foi fechado entre o PT e seus aliados. Nesse cenário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá desempenhar um papel estratégico nas conversas com o PMDB para tentar criar as condições necessárias para impulsionar a candidatura de um acadêmico com pouca experiência administrativa. O presidente do Ipea, orgão vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, tem longa carreira na Academia e foi secretário municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade de São Paulo entre 2001 e 2004. O prazo de desincompatibilização que Pochmann terá de cumprir expira no dia 7.
Um dos nomes cotados para assumir a presidência do órgão é o de Vanessa Petrelli Corrêa, diretora de Estudos e Políticas Macroeconômicas da instituição. Sua indicação conta com o apoio de Pochmann, presidente do Ipea desde 2007. Assim como o presidente do Ipea, Vanessa também teve uma passagem pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e deve manter a atual linha de trabalho do órgão, se sua nomeação for confirmada pelo Palácio do Planalto.
A diretora de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea formou-se economista pela Universidade Federal do Paraná em 1981 e obteve o título de mestre na Universidade de Brasília (UnB) quatro anos depois. Em 1996, concluiu o curso de doutorado em teoria econômica pela Unicamp. Ela fez depois um estágio de pós-doutorado na UnB e tornou-se professora da Universidade Federal de Uberlândia. Vanessa é especializada em macroeconomia, finanças internacionais e instituições monetárias e financeiras do Brasil.
Outro técnico lembrado por autoridades do Palácio do Planalto é Ricardo Paes de Barros, que foi cedido pelo Ipea para assumir a Secretaria de Ações Estratégicas da Pasta chefiada por Moreira Franco. Paes de Barros é ligado ao ministro, e tem tocado diversos estudos de políticas sociais de interesse da presidente Dilma Rousseff. Procurada, a assessoria de imprensa do Ipea não comentou o assunto.
FONTE: VALOR ECONÔMICO
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