Candidato à reeleição, prefeito de BH tem citado em discursos falta de recursos para obras e para a saúde
Nos bastidores, fala-se que cobrança não é estratégica e que orientação era evitar nacionalização do pleito
Paulo Peixoto
BELO HORIZONTE - Após romper com o PT e alinhar-se ao PSDB na disputa eleitoral em Belo Horizonte, o prefeito e candidato à reeleição, Marcio Lacerda (PSB), já começa a pontuar seu discurso com críticas ao governo federal.
Embora a orientação na campanha do prefeito seja a de evitar a nacionalização do pleito, Lacerda e seu candidato a vice, Délio Malheiros (PV), fizeram cobranças ao Planalto nesta semana.
Em dias diferentes, ambos citaram a falta de recursos federais para obras na cidade que cabem à União - como o metrô e o anel rodoviário- e para a saúde.
"Estamos aguardando os primeiros repasses [...]. A bola neste momento está com o governo federal", disse Lacerda sobre a expansão do metrô de BH, que classificou como "problema de 30 anos".
Nos bastidores da campanha do prefeito, é dito que a cobrança não é estratégica ou deliberada. As críticas seriam respostas a perguntas específicas feitas por jornalistas.
Na última segunda-feira, um dia antes do ato em que cobrou recursos federais, Lacerda disse ser grato aos governos federal e estadual, sem citar a presidente Dilma Rousseff. Mencionou apenas o senador Aécio Neves e o governador Antonio Anastasia, ambos do PSDB.
Em 12 de junho, 18 dias antes de o PT romper a aliança com o PSB e o PSDB, Dilma foi a BH assinar convênios com Lacerda e Anastasia para algumas das obras agora criticadas pelo prefeito pela lentidão. Na ocasião, ela se referiu a Lacerda como "querido" e "um dos melhores prefeitos de capitais do país".
Prévia de 2014
A inflexão no discurso de Lacerda é mais uma amostra da nacionalização da eleição municipal na capital mineira, disputa em que o prefeito tem o ex-ministro e ex-prefeito de BH Patrus Ananias (PT) como adversário principal.
Outro fato é a saída da irmã de Aécio, Andréa Neves, do Servas (Serviço de Ação Social do Estado) para atuar na campanha de Lacerda.
O movimento vinculou ainda mais a disputa às ações do senador tucano, que já havia pressionado Lacerda a não ceder às vontades do PT, o que gerou o rompimento.
O nome de Andréa não aparecerá no organograma da equipe eleitoral de Lacerda. Mas a mulher que há dez anos exerce forte influência na política de comunicação do governo mineiro já atua na mobilização e na agenda.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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