Presidente do PSDB acredita que senador mineiro deveria participar de mais atividades pelo país
Diretório paulista promove seminário simultâneo ao realizado em Minas
Suposto imobilismo de Aécio no começo de 2013 está incomodando a cúpula do próprio partido
SÃO PAULO. O presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), criticou ontem o ritmo da "pré-campanha" do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República. Durante o velório do ex-ministro da Justiça Fernando Lyra, Guerra disse que Aécio deveria circular mais pelo país.
"Tem muita gente no PSDB que acredita que o senador Aécio deveria fazer mais atividades, o presidente, inclusive", afirmou.
O ex-governador de Minas é, até o momento, a principal aposta do partido e da oposição. Mas o senador ainda precisa unificar a sigla em torno de seu nome. Mais uma vez, o desafio é o tucanato paulista.
Exemplo de impasse causado pelo mineiro foi a lentidão em se posicionar sobre a reeleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) à Presidência do Senado. Os tucanos estavam divididos entre a candidatura do alagoano e a de Pedro Taques (PDT-MS). Aécio só entrou na discussão no último momento.
Em dezembro, em um evento do PSDB em Brasília, Guerra defendeu que o mineiro se preparasse para assumir a presidência da sigla em 2013 e se lançar candidato à Presidência no ano seguinte.
"Aécio é seguramente o candidato da grande maioria do PSDB. Minha opinião pessoal e de 99% do partido é que Aécio é o verdadeiro candidato do partido", disse Guerra na ocasião. "Deve ser presidente do partido, assumir o papel que o Brasil já lhe dá".
Paralelo. Uma demonstração de que o PSDB de São Paulo oferece resistência à postulação do senador mineiro é que o diretório lançará, na próxima semana, um ciclo de palestras para discutir "novos rumos" da legenda. Ao mesmo tempo, em Minas, o partido também fará um ciclo de palestra com o objetivo de expor a experiência no governo do Estado e alavancar a candidatura do senador ao Planalto.
O primeiro a falar no encontro paulista será Sérgio Guerra, que faz a palestra na segunda-feira. Nos dias seguintes, vão se apresentar outras lideranças tucanas: o senador Aloysio Nunes, o deputado federal Carlos Sampaio, os deputados estaduais Fernando Capez, Ramalho e Carlos Bezerra Jr, os secretários estaduais Bruno Covas e José Aníbal, o ex-governador Alberto Goldman e o ex-ministro Xico Graziano.
Os encontros servirão de eventos preparatórios para o congresso estadual tucano, marcado para o dia 28.
Já em Minas, a primeira palestra, marcada para o dia 25, será do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, principal fiador da candidatura presidencial de Aécio. O tema será "Minas pensa o Brasil".
Domingos Dutra aceita; Suplicy e Gabeira, não
BRASÍLIA. Dois caciques que vinham sendo sondados pela ex-senadora Marina Silva para aderirem a seu futuro partido político declinaram do convite.
O senador Eduardo Suplicy (SP) afirmou que não deixará o PT. Ele disse que conversou sobre o assunto com lideranças do PT, inclusive com o ex-presidente Lula. "Eu vejo meu ingresso no Partido dos Trabalhadores como uma decisão de vida, ademais, eu também defendo a fidelidade partidária até o fim de meu mandato".
O ex-deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) também negou o ingresso no novo projeto de Marina, que será lançado hoje, em Brasília. Gabeira disse que, por enquanto, quer permanecer no PV, mas não descartou o apoio à candidatura da ex-senadora à Presidência.
Já o deputado Domingos Dutra (PT-MA) afirmou que vai migrar para a nova sigla e que tomou a decisão por não concordar com posições adotadas pelo PT em seu Estado, "estando alinhado com (José) Sarney".
Para o PSB, `2014 fica para 2014´
BRASÍLIA. O governador Eduardo Campos (PSB-PE) ironizou quando questionado sobre sua possível candidatura à Presidência em 2014. O socialista repetiu que não é o momento para promover uma provável candidatura. "O PSB não tem que fazer a discussão sobre 2014 durante 2013. O que precisamos agora é de ajudar a presidente Dilma no Congresso e em seu esforço de retomar o crescimento econômico, e não de ficar se perdendo em conjecturas", avaliou.
O líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg, confirmou a tese de que seria um erro tratar da sucessão neste ano. "Acho que 2014 deve ser tratado em 2014."
Fonte: O Tempo (MG)
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