Juliana Braga
Os líderes dos partidos de oposição reagiram, ontem, às declarações do presidente do PT, Rui Falcão. Na primeira reunião da bancada petista na Câmara, na quarta-feira, Falcão chamou a mídia de “oposição extrapartidária” e defendeu sua regulamentação. Também apoiou as críticas à atuação do Ministério Público e, em especial, ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Para a oposição, as declarações de Rui Falcão foram motivadas pelo resultado do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF).
“As declarações têm o autoritarismo intrínseco a quem se julga no Olimpo. O PT se julga acima do bem e do mal, achando que pode contestar quem quer que seja porque a opinião pública está com ele, mas não está”, rebateu o presidente do DEM, Agripino Maia. “Ele está querendo, de forma grosseira, desqualificar a oposição, não sei com qual propósito, talvez para aparecer”, alfinetou.
Maia criticou ainda o posicionamento de Falcão, para quem “setores da mídia e do Ministério Público têm agido para tentar desqualificar a política”. “A mídia tem colaborado com o interesse nacional. A oposição tem cumprido a sua parte, e o Ministério Público também”, sustentou.
Para o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), o PT insiste em atacar a mídia e o MP ainda motivado pelo julgamento do mensalão no Supremo, que condenou petistas históricos como o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu e ex-presidente da sigla José Genoino. “Como presidente do PT, ele fala pelas pressões internas daqueles que defendem o mensalão e os mensaleiros”, pontuou. “É o tipo de argumento que vai contra a democracia, onde há liberdade de expressão e instituições fortes.”
Campanha antecipada
Já o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias, criticou as declarações sobre a antecipação da campanha de 2014. Falcão acusou a oposição de antecipar o pleito e que o PT não cairá nesse jogo, que encurtaria o mandato da presidente Dilma Rousseff. “Quem antecipa é o governo. Esse encontro de prefeitos foi uma campanha eleitoral antecipada, o pronunciamento sobre a redução da tarifa de energia, esse anúncio de que o (ex-presidente) Lula fará marcha pelo país, isso tudo é antecipação da campanha eleitoral”, rebateu. “Eles querem antecipar, mas não querem concorrência”, criticou o senador tucano.
Fonte: Correio Braziliense
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