sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Oposição reage às declarações de Falcão

Juliana Braga

Os líderes dos partidos de oposição reagiram, ontem, às declarações do presidente do PT, Rui Falcão. Na primeira reunião da bancada petista na Câmara, na quarta-feira, Falcão chamou a mídia de “oposição extrapartidária” e defendeu sua regulamentação. Também apoiou as críticas à atuação do Ministério Público e, em especial, ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Para a oposição, as declarações de Rui Falcão foram motivadas pelo resultado do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF).

“As declarações têm o autoritarismo intrínseco a quem se julga no Olimpo. O PT se julga acima do bem e do mal, achando que pode contestar quem quer que seja porque a opinião pública está com ele, mas não está”, rebateu o presidente do DEM, Agripino Maia. “Ele está querendo, de forma grosseira, desqualificar a oposição, não sei com qual propósito, talvez para aparecer”, alfinetou.

Maia criticou ainda o posicionamento de Falcão, para quem “setores da mídia e do Ministério Público têm agido para tentar desqualificar a política”. “A mídia tem colaborado com o interesse nacional. A oposição tem cumprido a sua parte, e o Ministério Público também”, sustentou.

Para o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), o PT insiste em atacar a mídia e o MP ainda motivado pelo julgamento do mensalão no Supremo, que condenou petistas históricos como o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu e ex-presidente da sigla José Genoino. “Como presidente do PT, ele fala pelas pressões internas daqueles que defendem o mensalão e os mensaleiros”, pontuou. “É o tipo de argumento que vai contra a democracia, onde há liberdade de expressão e instituições fortes.”

Campanha antecipada

Já o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias, criticou as declarações sobre a antecipação da campanha de 2014. Falcão acusou a oposição de antecipar o pleito e que o PT não cairá nesse jogo, que encurtaria o mandato da presidente Dilma Rousseff. “Quem antecipa é o governo. Esse encontro de prefeitos foi uma campanha eleitoral antecipada, o pronunciamento sobre a redução da tarifa de energia, esse anúncio de que o (ex-presidente) Lula fará marcha pelo país, isso tudo é antecipação da campanha eleitoral”, rebateu. “Eles querem antecipar, mas não querem concorrência”, criticou o senador tucano.

Fonte: Correio Braziliense

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