“O texto, que não escondia a emoção, visava mais uma vez a dar uma indicação de trabalho: a de considerar Gramsci um clássico do século XX. A edição dos Cadernos organizada por Gerratana disso forneceu um primeiro documento incontestável; o sucessivo trabalho filológico e crítico sobre os escritos de Gramsci confirmou definitivamente o caráter clássico de seu pensamento.
Clássico é um autor que vive além do próprio tempo e também fala aos pósteros, mas a contemporaneidade das interrogações e das motivações pelas quais nos voltamos para o seu pensamento permite leituras tão mais fecundas quanto mais sua vida e seus escritos sejam situados em seu tempo. Portanto, viver sua temporalidade é a premissa necessária para verificar sua capacidade de falar também a nós. Historicizar não é relativizar nem muito menos neutralizar. Quanto mais se historiciza , tanto mais se multiplicam e se enriquecem as perspectivas de leitura dos textos.”
In. Giuseppe Vacca. Vida e pensamento de Antonio Gramsci 1926-1937. p. 38. Contraponto/ Fundação Astrojildo Pereira/ Fondazione Instituto Gramsci, Rio de Janeiro, dezembro, 2012.
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